A face turva e enevoada da lua
ilumina – tímida - a abóbada sideral
papeis rodopiam ao longo da rua
ferindo o silêncio quase sepulcral
Retine a sineta à porta da frente
intermitente como o ladrar de um cão
abro e te dou passagem, solenemente
entras a beijar-me com sofreguidão
Percebo más noites pela insônia herdadas
na morrediça luz refletida tenuemente
dos teus olhos de cores amendoadas
na tua pele macia a tremer virginalmente
Rui Paiva
Comentários
Muito obrigado, Marso!