Ouço gritos no meio da noite
O escravo e o açoite
Sibila o chicote
Pagando em vida todos seus pecados
O pobre coitado
Amarga sua sorte
Ouço o lamento da mulher que chora
O filho a consola
Mesmo tão doente
Porem, o branco sedento de sangue
Sorrindo a todo instante
Tão indiferente
Faz sua lei pelo prazer da agonia
Ao proclamar seus dias
Pelo couro da chibata
Já que não deve favores a ninguém
Quando por alguns vinténs
O malogrado, descarta
Ah, o negro ainda é o negro do mundo
O abismo mais profundo
Entre o ódio e o amor
Vindo do branco o mal dessa reticência
Como lição... Sua crença
Força e suor... Sua cor!
(Petronio)
Comentários
Parabéns Petrônio!