Roda de Anseios
Rodopiando no vento, sussurra um grão de fuligem em total vertigem
Querendo ser brisa que assobia nas folhas em tormento.
Sonha escapar do chão, do suor, da sua própria origem,
Ser sopro que sobe e desata o nó do firmamento.
Mas a brisa, num laivo de angústia, deseja ser chama,
Arder em volúpia que desenha no escuro um alvorecer.
Ser fogo que em tudo se enfiar, em tudo se derrama,
E nunca mais sentir o peso de não pertencer.
A chama, por sua vez, cansada da própria dança,
almeja virar pedra: sólida, quieta, sem faísca.
Ser silêncio de eras, vestida em severa esperança,
Sem dor, sem glória, sem forma que se arrisca.
No espelho do mundo, cada face emudece:
É no que falta que o ser se reconhece.
Fim
A Domingos
Abril 2025
Comentários
Merecido Destaque. Um poema inspirado em puro talento cordial.
Agradecido prezada amiga Margarida.
Muito obrigado pelo incentivo
Abraços fraternos
Boa tarde poeta Antonio, como se dizia nos anos 50 e 60, teu poema é "batata"!!! Parabéns pelo DESTAQUE e por tudo fazes aqui na CPP!!! Um forte abraço! #JoaoCarreiraPoeta.
Muito obrigado... Todos vocês Colegas são uma inspiração para mim.
Sempre aprendo mais um pouquinho.
Agradeço suas gentis palavras.
Estou nessa casa faz bastante tempo e daqui não saio.
Neste recente período tivemos colegas novos que levantaram o sarrafo quanto a qualidade poética.
O nível está bem alto..
Que bom para todos
Encantada com tanta beleza... parabéns!
DESTACADO
Um abraço
Agradeço de coração amiga Poetisa Marcia Aparecida Mancebo pela leitura e pelo Destaque.
Uma honra para mim Um incentivo
Belo!
Parabéns!
Agradeço Prezado Poeta Edilon..Uma honra para mim.
Maravilha! Aplausos caro poeta 🌹
Agradecido por sua atenção e apreciação valiosa prezada Poetisa Lilian.
Uma honra para mim.
Abraços fraternos