Mas a estrela da madrugada insiste
Em cantar-me por campos e florestas
Trilhas por onde tão somente ela
Tem a sensibilidade diria até perseverança
De acreditar que conseguiria reencontrar
Então os velhos girassóis sorridentes
Na aventura de olhar em outra direção
Ansiosos como se aguardassem uma canção
Arrastam-me até onde consigo
Ouvir o som da queda d’água
Levando de mim distrações e medos
Seguimos por tornadas e espirais
Como se a vida mostrasse quantas voltas
Devem ser dadas na longa jornada
De se chegar a algum lugar
Ao seu lugar, à sua terra
Ao encontrar a fogueira, as flores
Soltam meus braços num rítmico
Abrir e fechar de suas coroas
Balbuciando no movimento
O que já estava em meu pensamento
Então chamo o vento e a antiga magia
Acorda a natureza morta
Os girassóis já sabiam
E por isso se engrandecem encantados
E do fogo ilumina-se a canção
Optchá!
Os troncos que alimentam as brasas
Se realinham num grande tablado e
Ao redor da chama
Quatro flamas agora dançam
Os longos vestidos avermelhados
Enaltecem suas formas
Que evaporam o calor apaixonado de seus corpos
O sapateado invade a vida
E os girassóis batem palmas
No movimento de punhos e mãos
Hipnotiza-se em magia única
Da madeira o som da alegria
E em algum tempo esquecido, do feiticeiro
Escapa um suspiro vestido de sorriso
E ao final da canção
As quatro flamas se unem à semente
Apaga-se o fogo, a madeira vira cinza
E no que foi palco da dança
...uma rosa ...
Deus vá com você.
Comentários
Maravilhosa obra. Lindo poema, Carlos.
Parabéns!
Obrigado Edith, fica com Deus
Olá Angélica!! Feliz com sua presença, fica com Deus. Obrigado!!