Rosa Cigana

Mas a estrela da madrugada insiste
Em cantar-me por campos e florestas
Trilhas por onde tão somente ela
Tem a sensibilidade diria até perseverança
De acreditar que conseguiria reencontrar

Então os velhos girassóis sorridentes
Na aventura de olhar em outra direção
Ansiosos como se aguardassem uma canção
Arrastam-me até onde consigo
Ouvir o som da queda d’água
Levando de mim distrações e medos

Seguimos por tornadas e espirais
Como se a vida mostrasse quantas voltas
Devem ser dadas na longa jornada
De se chegar a algum lugar
Ao seu lugar, à sua terra

Ao encontrar a fogueira, as flores
Soltam meus braços num rítmico
Abrir e fechar de suas coroas
Balbuciando no movimento
O que já estava em meu pensamento

Então chamo o vento e a antiga magia
Acorda a natureza morta
Os girassóis já sabiam
E por isso se engrandecem encantados

E do fogo ilumina-se a canção
Optchá!
Os troncos que alimentam as brasas
Se realinham num grande tablado e
Ao redor da chama
Quatro flamas agora dançam

Os longos vestidos avermelhados
Enaltecem suas formas
Que evaporam o calor apaixonado de seus corpos
O sapateado invade a vida
E os girassóis batem palmas

No movimento de punhos e mãos
Hipnotiza-se em magia única
Da madeira o som da alegria
E em algum tempo esquecido, do feiticeiro
Escapa um suspiro vestido de sorriso

E ao final da canção
As quatro flamas se unem à semente
Apaga-se o fogo, a madeira vira cinza
E no que foi palco da dança
...uma rosa ...

Deus vá com você.

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