Se Florbela fosse viva
um diálogo poético entre minha alma e a dela
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Se Florbela fosse viva,
eu sentava-me a seu lado,
com os olhos feridos de ausência
e as mãos ainda cheias de amor.
Dizia-lhe:
— Florbela, eu escrevo como quem chora,
mas ninguém me ouve, ninguém me lê.
E ela sorriria com os olhos tristes,
e responderia:
— Também eu escrevi assim.
Se Florbela fosse viva,
ela tocava o meu peito com a palavra,
e dizia-me que ser poeta
é amar no impossível,
e morrer de cada vez que se ama.
Eu mostrava-lhe o meu poema,
aquele onde o olhar beija antes do corpo,
e ela dizia:
— Esse verso é teu, mas podia ser meu.
Se Florbela fosse viva,
eu não estaria sozinho nesta dor,
porque ela saberia dizer o nome das feridas,
e bordar esperança nos lençóis da alma.
Mas não está,
e talvez esteja.
Porque quando escrevo e tu lês,
quando sinto e tu sentiste,
é ela que caminha entre nós,
vestida de saudade e luz.
Se Florbela fosse viva…
seríamos três:
eu, tu, e o amor que nunca morre
porque vive —
nas palavras que não esquecem.
Bruno Alves
Comentários
Aplausos ,Bruno!!
Abraço
Que lindíssimo Poema, com muita criatividade e Inspiração....Um diálogo sucinto com Floberla Espanca.
Eu admiro demais Florbela e tenho em meus arquivos Poesias, sonetos, dera Maravilhosa Escritora Genial.
Parabéns prezado Poeta Bruno Alves por tão linda Poesia.....Um encanto e muita sabedoria poética.