SEM PODER CHEGAR

Já não posso ir

Sair é um fosso fundo do poço

Inacreditável surreal

Indizível destroço

 

O homem se esconde do mundo

Completamente impotente

Nada mais é importante

Diante do incomum

Nem a hierarquia dos anjos

Nem a comunhão dos santos

Nem o descredito ateu

 

Nada se faz mais tosco sobre a terra

Senão a incerteza da espera

Ante a ciência da humana miséria  

 

Talvez haja ainda uma era

Um tanto menos vulgar

Em busca de caminho

 

Já não posso ir sem poder chegar

 

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Paulo Sérgio Rosseto

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