Olhei o rafeiro… naquele canto enrolado,
E ele para mim olhou… continuando deitado,
Talvez esperando pelo gesto que eu iria fazer…
Se seria com a ideia da sua cabeça afagar,
Ou se me preparava para daquele sítio o enxotar…
Mostrando medo, por não saber o que ia acontecer.
Aproximei-me devagar, e ele logo se alevantou,
Mas o seu rabito, entre as patas traseiras ficou,
Sinal de medo, e de que muita gente o maltratava…
Pois que nesta vida, a vida, já nada está valendo,
E se alguém tinha pena, é porque o via sofrendo,
E porque esse alguém, dos animais ainda gostava.
E eu falei-lhe, e sorri, estendendo a mão devagar,
Dando-lhe a entender de que ainda podia confiar,
Nalgumas pessoas, das que do amor fazem questão…
Porque, na dureza da vida, do amor pouco ficou,
E, como ele, que certamente pontapés já levou,
Muita sorte é cá precisa, até para na vida… se ser cão.
… e o rafeiro, de focinho radiante para mim olhou,
E de contente, correndo, logo para mim saltou,
Lambendo, humildemente, esta minha envelhecida mão.
(J. Carlos – Maio. 2014)
(imagem da Net)
Comentários
Muito Obrigado Estimada Margarida Madruga, pela sua leitura, ficando Feliz por ter gostado do tema desta minha simples poesia.
Fraterno abraço e... tenha um Bom fim de semana.
J.C.
Que lindo!!!
Parabéns.
Um abraço.
Muito Obrigado, Estimada Marcia, pela sua leitura e pela sua mensagem, ficando Feliz por ter gostado do tema.
Fraterno abraço e... desejos de um Bom fim de semana.
J. Carlos
Estender as mãos e o coração a um animal é um ato sublime do der humano
Parabéns caro Carlos por lindo texto
Antonio Domingos
Muito Obrigado António Domingos, pela sua leitura e pela sua mensagem.
Fraterno abraço e... tenha um Bom fim de semana.
J. Carlos