Soneto da solidão. ( Reeditado)

Soneto da Solidão

Sabendo que a vida é uma partida
Frações pequeninas co' o tempo se vai
E quando se sente tão só sem guarida,
Tamanha ironia, meu ser se retrai!

Eu volto outra vez para o tempo que esvai
Co' o olhar tão tristonho a chorar comovida
Tentando chegar onde o sol longe cai
Sentindo ferver toda chama dormida.

E o vento trazendo de volta os pedaços
Te vejo seguir acenando teus braços
E as curvas da estrada são vistas com ais.

Paisagens tão belas, verei nunca mais
Sou barco no mar... Marinheiro já morto
Me sinto ficar sem destino, nem porto.

 

Márcia Aparecida Mancebo 

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Comentários

  • Gestores

    Muito interessante falar de um assunto triste de forma belíssima. Puro requinte.

    DESTACADO.

  • Um soneto simplesmente maravilhoso, Márcia, parabéns! #JoaoCarreiraPoeta.

  • Excelente soneto!!

    Fala do sentimento mais íntimo da alma, quando partimos sós para uma viagem de incerto destino.

    Meus parabéns e um abraço.

  • Márcia 

    parabéns

    um abraço

  • Querida Márcia, teu soneto é como um sussurro vindo das marés da alma…
    Cada verso toca o tempo, a ausência, a dor da partida, mas também a beleza escondida na lembrança.
    Senti o vento dos teus versos soprar em mim…
    Sou barco no mar" ecoou fundo, pois tantas vezes também me senti assim: sem destino, mas ainda flutuando em poesia.
    Obrigada por esse momento de silêncio sentido.

    Com carinho,

    • Que bom que gostaste....fico feliz.

      Obrigada, Therezinha!😘🌺🌺

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