Tempo de Nós
Eu nem sabia
Que aquela chuva com sol
A gente a dançar na chuva
Tal qual a letra da canção
E as nossas longas conversas
Feitas só pra ficar perto
Feitas só pra não se despedir
Era tanto
E mais que tanto
Incomensurável
Jamais seria esquecido
Até os nossos cabelos
Caracóis enroscados naquelas tardes com sol
Sem pressa e sem documento
Seguindo a canção do vento
Também, assim como nas muitas letras
Das canções que nós vivíamos
Tão intenso
Partícular
Só de nós
Realmente eu nunca soube
Do tesouro que ali tínhamos
As covinhas dos nossos rostos
Sorrindo onde o motivo
Era a graça de estarmos juntos
Quão lindo os nossos laços
Tão eterno os nossos dias
Onde eu achava saber tudo
E deixei passar o tempo
Vivendo a cada gota
Com alegre bem viver
Eu de saia pregueada
Você com calça de tergal
Naquela alameda longa
Passávamos tão lentamente
Mas o tempo, este corria
E um dia
Mudei a saia pregueada
Tirei as fitas do cabelo
Fui à busca do futuro
E nos deixamos pra trás
Hoje
Só hoje
Descubro
Que as muitas portas que abri e fechei
Nunca nelas eu encontrei
A sintonia dos nossos passos
Já com os meus cabelos brancos
Lembro-nos
E o que vejo
Eram dois enamorados
Amor oculto
Pela alegria de viver
Sem lenço, sem documento
(como na música)
Era amor
Que eu só vivi
Naquele tempo de nós.
Comentários
Bom dia, Glorinha, simplesmente lindo tua poesia, encantado, parabéns e um carinhoso abraço! #JoaoCarreiraPoeta.
Gaivota
seu versar faz a gente lembrar do passado onde muitas coisas vivenciamos e agora ficamos na saudadee
maravilhoso seu olhar poético
um abraço
Uau! Quanta ternura há nos seus versos poetisa Glorinha! Adorei! Parabéns!
Uma poesia de uma linda linha melódica, a gente começa a ler a leitura acelera tal a confecção dos versos...Os versos tem velocidade.
Lindíssimos versos onde a vida perpassa pelo tempo, um tempo vivido de muito Amor, desde os tempos de outrora, a juventude até a idade madura...Tempo de Nós é um espetáculo de sensações suaves e belas.
Parabéns amiga Poetisa Glorinha Gaivota.
Abraços fraternos amiga Poetisa
Profundo e com um jeito reservado ao amado. Intensidade no poema é notório.
"Já com os meus cabelos brancos
Lembro-nos
E o que vejo
Eram dois enamorados
Amor oculto
Pela alegria de viver
Sem lenço, sem documento
(como na música)
Era amor
Que eu só vivi
Naquele tempo de nós."
Que lindeza,Glória!
Beijos e aplausos!