Tragédia
Recebeu um colchão, faltou o lençol
O lenço não chegou
Pegou uma garrafinha de água
Recostou na parede fria do abrigo
Repensou os anos de vida revivido
Sem documentos não se lembra bem
Do número de sua identificação
O número da casa se recorda
O número da rua nunca soube
Confuso, chocado , chacoalhado
Em transe de estar ali perdido
É de se repensar os caminhos
Lembra-se do emaranhado que sofreu
Esperança é um sentimento desaparecido
Ausentes para recostar na parede
Na parede há ausentes e lamentos
São próximos que se foram
Para o acolhimento de Deus
O rio de lama é a lembrança
Uma resistente e nobre herança
Todos os verões são temporais
São enchentes e destruição
Acontecimentos no automático
É um insistir climático
Novo persistir sintomático
Insistir em viver, uma necessidade
A respiração é automática
Reconstruir com as doações
Recomeçar do nada com ações
Haja braços e pernas e força
Que se dê um pouco de fé
Podemos medir a fé !
Podemos calcular uma fé !
Seguir em frente é o óbvio
Depois de um Adeus aos seus
Fim
ADomingos
Fevereiro 23
Comentários
Destacado por mim também. Parabéns pelo belo texto.
Obrigado pelo apoio ao nosso trabalho Poético
Abraços de
ADomingos
UAU! SEM PALAVRAS!
Obrigado amiga Angélica pelo comentário.
Abraços de Antonio Domingos
Parabéns, Antônio!
Um abraço
Obrigado amiga Márcia
Abraços de Antonio Domingos