TRIBUTO
Hoje eu sei, não morri ontem
Vivo estou ainda agora
Amanhã, não me contem,
Ninguém sabe a nossa hora.
O que vivi aínda é insuficiente
Não almejo louros e glórias
Muito tenho em minha mente
Quero viver ainda muitas histórias.
Vivemos momentos absolutos
Você que me estima de verdade,
Quando morrer não quero tributos
Basta o silêncio, não quero alarde.
Longe de receber homenagem
Não sofra, não sinta saudade
Afinal é apenas uma viagem
Da qual partiremos, cedo ou tarde.
Estamos todos fadados ao óbito
Seja pobre, rico, ou remediado
Todos se vão, do péssimo ao ótimo
Não escapam o certo e nem o errado.
Serei mais uma estrela no universo
Habitando o mundo da eternidade
Transformado em rimas de um verso, Sonhando sonhos de verdade
Não quero ser nome de avenida
Isso não tem a menor graça
Rogo dignidade após vida
Sem ser referência de uma praça.
Vista-me e esqueça o luto
Não dispense o meu terno novo
O final aqui é certo, é resoluto
Mereço chegar lá bem garboso.
Algo ainda eu te peço
Dispenso choro, flores e velas
Na cabeceira do meu leito
Um quadro com a foto dela.
Ao lado do meu corpo inerte,
Enquanto o espírito dele se separa,
Antes que a alma por lá desperte,
Ligue o som com as canções do Taiguara.
SAMUEL DE LEOANRDO (TUTE)
Comentários
Tomara que todo desejo possa ser alcançado.
Algumas coisas não dão para evitar. Deixará saudades em muitos.
Eu estou na lista.
Mas, falando de VIDA, esse texto é único e fabuloso.
DESTACADO.
Bom dia poeta Tute: —
Mais uma peróla lapidada, envolvente escrita, me senti embrulhado no cobertor da graça simples que até uma criança sente e entende. Tu é um artesão com um estilo lindo, diferente e fácil de entender.
Sensacional. Sou teu fã.
Parabéns e
Um forte abraço.
#JoãoCarreiraPoeta.