Vestido negro

Minhas pálpebras pesam de forma diferente
Como se temporariamente tivessem uma intenção
Desligar-me talvez da visão que tenho à minha frente
Mas há uma voz não sei se canta pra mim ou se capto a canção

Vencido agora tenho a certeza que ela me chama pela estrada
E posso vê-la em seu vestido preto translucido junto ao vento
Sinto o toque da seda a aquecer meu corpo por um momento
Vistosa decota a madrugada e deixa a noite quente e iluminada

E a noite desfila poetas ébrios bruxas e apaixonados
Se tem seus segredos sonhos e castelos que ela guarda
Seduzindo e sendo seduzidos às vezes perdidos em seus pecados
Tem também a doçura e a delicadeza a voz vestida de negro de uma fada

Amanhece fica a lembrança encorpada de seu perfume
Assim como sua imagem sua voz vai diminuindo o volume
E um fio negro de seus cabelos é levado pelo vento risonho
Fica sobre a folha a me lembrar que talvez não tenha sido um sonho

Deus nos abençoe
Carlos Correa

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Comentários

  • As imagens vão se desenhando e fica a dúvida se, é a noite ou a musa do personagem.

    Deslumbrante poema.

    Aplausos!

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CPP