Véu de prata

Tem vezes que você queria apenas conversar
Mas está tão acostumado com as noites de inverno
Que se tornou mais fácil trazer as palavras aos dedos
Do que levá-las ao palco da boca deixar que ocupem espaços

Talvez aquela força aquela raça da juventude insensata os heróis
Tenham ficado em alguma praça ou quem sabe a luz das estrelas
Esteja um pouco mais fraca a idade faz com que a dor do coração
Se espalhe se torne física e aquela chama já não é tão azul

Ainda tem alguns sonhos para sonhar mas já não são só nossos
Não dependem exclusivamente de nós compor as canções
Eu não tenho o mínimo direito de reclamar de qualquer coisa
Perdão então porque às vezes tenho vontade do nada de chorar

Eu não tenho mais tanto tempo assim e isso mostra o quanto me
Falta aprendizado o quanto ainda estou apegado me escondo
Por entre os versos de um poema mas seco escondido as lágrimas
Que nem quando menino deixava que revelassem meus esconderijos

Deixo aqui um pequeno rastro num véu de prata palavras de quem
Não vive mais as estórias apenas as conta com os dedos da mão
Mas ainda tenho alguns sonhos guardados no bolso um pavio e
Uma pequena chama amarelada e vou sim levá-los às ondas azuis

Deus abençoe esses moleques e meninas de todas as idades
Que navegam sobre as linhas da Poesia.
Carlos Correa

https://www.youtube.com/watch?v=zMPqoBUzt-8

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Comentários

  • Maravilhoso poema... fértil inspiração... Palavras que emocionam e encantam.

    Parabéns, Carlos!

    DESTACADO

    Um abraço 

  • Linda poesia com um tom de um coração esperançoso e sonhador. Parabens, caro poeta

    • é...talvez , só talvez eu seja um poco assim...Te agradeço minha amiga, fica com Deus

  • Suas poesias são magnificas onde um tudo se completa em uma beleza plena

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CPP