Vida com mercúrio

 

 

Vida com Mercúrio 

 

Vida em vida uma vida

Vida lá em mercúrio

Planeta de vida de ferro

Dos nascidos como gêmeos,

No sangue de uma aorta

Segue um velho coração 

Uma certidão da incerteza

Como vai a natureza

Tudo carece um espúrio

Mercúrio que nestes rios

Lagos e lagoas extensas

Contaminação geral

Peixes felizes contaminados

Órgãos descontrolados

Consumidos traz doenças

Diversas gravidades em danças

Macabras que embotam tecidos

Células impregnadas de morte

Peixes que bóiam na superfície

Povos originários desprezados

Rostos pintados de urucum

Um disfarce a pele ressecada

Garimpo sujo e perverso sem lei

Uma margem da sociedade a margem

Marginalizados e corrompidos

Há! Também corrompe a corrupção

Tragédia que não tem fim

Política do mal pelo mau

Assim segue as minúcias

Extravagantes da falta

De civilidade e humanidade

Contaminados com mercúrio 

 

 

Fim

Antonio Domingos

Abril 24

 

 

 

 

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Comentários

  • Gestores

    A vítima quando descobre a contaminação...

    Um poema doloroso e muito real.

    Escrito com maestria. Parabéns.

    DESTACADO.

  • Boa tarde amigo Antônio Domingos

    Temos que tomar ciência do que realmente está acontecendo, por isso, devemos sim DENUNCIAR que é a última esperança de um grande povo sofredor.

    "O espaço é um estranho jardim do édem com a eternidade"

    Temos medo do que?

    Ou enfrentamos com o que temos ou então pereceremos como um ninguém, pois é assim que somos tratados: UM NINGUÉM.

    Parabéns,amigo

    Abraços

    JC Bridon

  • Material perigoso e que ainda é utilizado, causando prejuízos a natureza como um todo. Saudações poéticas 💐. 

  • Bom dia

    Comendador Antonio.

    Quanto tempo.

    definitivamente, senti tua falta e sobretudo de tuas poesias.

    E pela primeira vez, falo de rios que choram,

    balbuciando suas últimas palavras:

    "Já fui doce como mel, até sonhei em ser eterno.

    — Ledo engano —.

    Isso porque, na atualidade sou amargo,

    horrivelmente sinto chumbo em minha boca,

    ferro e mercúrio também.

    Covardemente o homem, está a me matar lentamente.

    Parabéns pelo belo poema

    ativista.

    Um forte abraço.

    #JoãoCarreiraPoeta.

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