Pombas selvagens vão para a guerra.
Não é isto que se espera
que ocorra neste mundo,
mas vão em bandos,
em um céu da cor de chumbo
elas vão voando.
São pombas selvagens e severas,
matarão os seus inimigos
sem nenhum pudor;
em atos demoníacos,
os deixarão desnudos
neste sangrento campo de horror.
Na ira absurda, elas gritarão
com seus bicos enormemente abertos,
por onde fluidos de dor vão escorrendo,
despejando nos tetos
das catedrais do tempo,
onde há negras flores,
com suas hastes cobertas de espinhos.
A singularidade do mal é única,
da mesma maneira que também é a bondade.
Mas, na guerra, a maldade é a singular túnica.
Junte-se a mim nesta dualidade tirânica
e entregue-se à insanidade da alma
humana.
Alexandre Montalvan
Comentários
Espetacular.
Parabéns, Alexandre!
Pontual sua inspiração e bem assertiva no contexto. Abraços, caro poeta