Posts de Ricardo Nunes de Sales (242)

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O POETA

O Poeta simplesmente não escreve,
Tem um cerimonial com todo um ritual,
A inspiração chega a galope, é como um golpe,
Que não machuca, mais te envolve em êxtase,
E a pena do saber te envolve como magia,
As palavras crescem, se tornam versos,
Em transe se multiplicam e criam raízes,
Fertilizam o amor e a dor,
Psicografando pensamentos que vem das inspirações,
Murmúrios que vem das estrelas, da lua,
E o poeta desnuda todo seu potencial,
É como um manancial que nunca seca,
Se torna cachoeira derramando torrencialmente emoções,
Que se tornam poesias que tocam corações,
Assim o poeta se realiza, se eterniza,
Finca no tempo pra sempre tua escrita.
 
Ricardo Sales.

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MINHA CASA

Somos quarto e sala,
Tão pequena mais aconchegante,
Mais tão grande pra minha solidão.
Cerâmica verde-musgo,
Como quadros de pintores abstratos,
São paredes nuas e cruas,
Sem quadros, sem retratos.
Ela me acolhe,
Eu a olho com olhos abissais,
Faço delas meus natais.
Sou feliz?
Quem sabe minha paz,
Responde pelo que ela me faz.
Na verdade elas caminham juntas,
O que faz da minha casa,
O meu abrigo e refúgio,
Pra onde me furto e fujo,
Das minhas frustrações,
Para minhas inspirações,
E o poeta solitário cria,
E faz dela sua poesia.
 
Ricardo Sales.

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SONHOS QUE NÃO FORAM SONHADOS

Em algum lugar do infinito universo,
Esses sonhos adormecem incógnitos,
Perdidos que foram no caminhar do limiar da vida,
Idade e inocência se fizeram marcar,
Ainda que por, ao acaso do destino,
O desatino da sobrevida se perdeu,
E o tempo ainda preguiça a não sonhar,
Apenas de ri, chorar e brincar.
 
Se fizeram somente semente,
Que brotou fértil como uma flor,
Mais a árvore da vida sem saber porque, não vingou,
E os sonhos de épocas de sonhar,
Ainda viria com o crescer do tempo,
Mais o tempo não teve o tempo,
O tempo suficiente dos sonhos sonharem.
 
De que serão feitos desses sonhos?
Guardados estarão para outras sementes?
Ou somente andarão vagando sem noção,
De que são sonhos ainda por vingarem,
Mais são sonhos que ainda não sonharam...
 
N.A: A todas as crianças que não tiveram o divino poder de sonharem.
 
Ricardo Sales.

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AS DELÍCIAS DO AMOR

Despertei as delicias do amor,
Quando teu corpo suado e trêmulo,
Me lambuzando com teu suor escorregadio,
Corpos deslizando em um intenso prazer,
Sufocando em delírios e gritos incontidos,
Chegando no auge de um vulcão em lavas,
Queimando nossos corpos,
Em gozos múltiplos,
E gritos alucinantes.
 
Travesseiros como testemunhas,
E imune aos nossos devaneios,
Totalmente destruídos,
Por unhas afiadas e cortantes,
Costas sangrando em fios de sangue,
Marcas profundas de um amor desvairado,
No auge de suas emoções,
A dor se torna prazer,
Que o Kama Sutra me perdoe,
Mais infinitas são nossas posições.
 
Nas delícias do amor,
Exime domador a ser domado,
Chicotes exaltam tuas proezas,
Elas não têm forma e nem cor,
Apenas intenso prazer,
Indomáveis são os sussurros,
E eu surdo aos teus gritos alucinantes,
Não queria saber se era prazer ou dor,
Apenas sufocar com beijos tua boca molhada,
Exaurindo assim nossas forças,
Depois, adormecer em teu corpo,
E fincar raízes em teu santuário de amor.
 
Ricardo Sales.

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MINHA BARBA ESTÁ BRANCA

Olhei-me hoje no espelho,
Por breves instantes fiquei a fitar-me,
Estou de barba branca e não tinha percebido,
Apenas por que fiquei três dias sem me barbear.
Fiquei depois a meditar sobre a minha vida,
Ela tinha passado tão rápido e não tinha percebido,
Como ela escorregou assim pelas minhas mãos,
Sem que eu a tivesse visto.
Por Deus! Eu a deixei simplesmente ao seu próprio destino,
Ou talvez ao meu prosaico desatino,
E a tenha deixado como simples caso de amor.
E esses anos todos o que fiz?
Pobre do meu coração,
Talvez nunca tenha amado de verdade,
Ou se amei e nunca me dediquei,
Sabia que nunca havia me dado conta que existia a flor,
Será que estive ébrio este tempo todo?
Ou estive sóbrio em minha própria mesquinhes,
Das minhas pobres convicções que me deixaram cego,
Será que nunca vivi emoções?
Será que pequei por não ter percebido a vida,
E me deixei órfão de mim mesmo,
Não sei como me explicar dessa falta de consideração,
Dessa total promiscuidade com a minha própria vida.
 
Ricardo Sales

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NADA É PRA SEMPRE

O sempre é o nada e nada não é pra sempre,
Viver eternamente o momento de agora,
O segundo que passou já faz parte do passado,
Mais o segundo que virá será o futuro,
E no instante seguinte ele já passou,
Tornou-se apenas uma saudosa saudade.
 
Ricardo Sales.

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MARTÍRIOS

Por uma fresta da vida,
Um raio infame e cristalino,
Invade sutilmente minha mente demente,
Um oco, onde outrora a vida viveu.
 
O vão do nada se enche de heresia,
E na melancolia, a saudade vem despertar,
O vago se enche e se idolatra,
Nos martírios hão um dia recordar.
 
Se amei e fui amado,
Se pequei e fui perdoado,
Se vivi uma vida, não sei,
Apenas na vida caminhei.
 
Nem sei de cor minha história,
Desculpas então pedirei,
Então, quem sabe um dia,
Novamente a felicidade encontrarei.
 
Nos martírios da vida,
Sou mais um na vida a flutuar,
Percorrer caminhos que me fizeram,
Caminhar como zumbi sem destino pra chegar.
 
Nada se compara viver a vida sem hipocrisia,
Buscar sempre uma rosa num jardim sem falsidade,
Pois seu aroma embriaga e te dar porres de alegrias,
E tua vida se torna uma catedral de felicidades.
 
Ricardo Sales.

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HÁ! MEU DEUS!

Ah! Meu Deus!
Aporte nos portos dessas mentes doentias,
Atinja fundo esses insensatos corações,
Ávidos por infinitas orações.
 
Se esse poder pudesse assim florescer,
No seio dessa humanidade e infinitamente crescer,
Seria o fim dessa longa agonia,
Seria o começo de um novo dia.
 
Seria bom se o milagre dessa imaginação,
Pudesse assim salvar a humanidade dessa inundação,
Seria o fim dessa maldita maldição,
Seria o começo de uma sadia geração.
 
N.A: Minha homenagem póstuma a classe política.
 
Ricardo Sales.

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CRISTAIS QUEBRADOS

Um gesto estático,
Feito estátua de carrara,
Um estalo deflora,
Um silêncio faraônico,
Invadindo a alma,
Como num sopro de vela,
Calando as entranhas.
 
Uma máscara de horror,
Como mágica, aflora,
E em milésimos deflora,
Do sereno ao pavor,
Um milésimo a transformação,
Da surpresa em transe,
Por todo o espaço,
Ressoa o grito “maldição”.
 
Esparramado em contraste,
Com o ambiente em estilo padrão,
Cristais de fino trato,
Feitos à mão, jaz,
Espalhados pelo chão.
 
Ricardo Sales.

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O SEGREDO DOS TEUS OLHOS


Os teus olhos são mistérios indecifráveis,
São cores que se transformam em questão,
Do ambiente, da luz e do seu estado de espírito,
São olhos que hipnotizam, que chamam a atenção.
 
O que dizem seus olhos de momentos,
Só eles têm o poder de mentalizar cores,
De olhar e de exprimir exímios sentimentos,
Conforme suas alegrias, lamentos e dores.
 
Teus olhos, um jardim de infinitas cores pragmáticas,
Um antro de doces e marcantes arco-íris,
Onde só você decifra o teu olhar enigmático.

Queria decifrá-los para poder com artifício te olhar,
E saber o que eles dizem quando me fitarem,
Pois só assim eles me dirão como te amar.
 
Ricardo Sales.

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A SOLIDÃO DE NÓS DOIS

Estou só,
Olho pela janela,
Imagino um quadro de Picasso,
Uma linda paisagem,
Ela me faz companhia,
Não importa o que penso ou que faça,
Ouço Gal Costa,
Vivo meu êxtase,
Mergulho no que gosto,
Um pouco de conhaque,
A solidão me ampara,
Somos agora parceiros,
Compomos juntos,
E nós somos muitos,
Muitos só de nós dois.
 
Ricardo Sales.

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A FLOR (REMIX)


Pra onde você foi flor?
Foi a algum lugar e não me avisou?
A tua ausência me é perturbador,
E porque ainda não voltou?
O que será do meu amor sem você flor?
 
Te procurei e ninguém te achou,
E se você encontrou outra flor e se apaixonou?
Você é o porta voz dos eternos amantes,
O perfume contagiante dos encontros,
A essência dos apaixonados, bêbados de amor.
 
Você é a inspiração dos românticos poetas,
A doce lembrança de uma noite de verão,
Não haverá beijos nem suspiros, apenas dor,
O que vai ser do apaixonado coração?
Ele pulsa em ritmo e ao compasso do amor.
 
Ninguém mais vai se apaixonar, rir ou chorar,
Nem carregar o seu perfume embriagador,
E nem dizer: Trago-te esta singela flor,
Como prova infinita do meu sincero amor.
Imploro-te flor, volte, por favor.
 
Ricardo Sales.

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O CÉU DA BOCA

Na minha ingênua imaginação,
Você está sempre lá no seu cantinho predileto,
Bem quietinha, pés descalços,
Sentindo o chão,
Uma leve brisa esvoaça seus negros cabelos de alazão,
Parece fitar um horizonte perdido,
Não vê o mundo passar e nem se importar.
 
O que o amanhã lhe reservará?...
Apenas sou eu em teus puros pensamentos,
E o nosso mundo tão pequeno, só nós dois,
Se resume apenas em um céu minúsculo,
Quando nossas bocas salivadas se tocam,
Alcançam hipnotizados o céu,
Pelos pecaminosos desejos ocultos,
Que nos afogam em mares nunca antes navegados,
E assim inebriados de amor,
Nossas sedentas bocas em êxtase compartilham,
O pequeno e aconchegante céu de nossas bocas.
 
Ricardo Sales.

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FELIZ DIA DOS POETAS

 
A todos os Poetas e Poetisas,
Um tiquinho de cada letra,
Um pouco de cada frase,
Uma porção de cada estrofe,
Surge um montão de poesias,
Ele constrói cada uma com uma dedicação especial,
Como se fizesse um carinho a um filho,
Como se fizesse uma declaração de amor,
Como se esta fosse a última.
 
Cada dedicação uma inspiração,
Cada madrugada um sono desfeito,
Mais com efeito de uma obra-prima,
Ela cria forma em suas mágicas mãos,
Será a mão de Deus,
Um Deus que vive em cada Poeta,
Ou será o Poeta uma obra de Deus.
 
Um Poeta vive a poesia a cada dia,
Ele respira e seu coração bate ao compasso da poesia,
E esta emoção transcende ao infinito,
Busca tocar as longínquas estrelas,
A lua fica mais bela enquanto encoberta por nuvens grafitadas,
Mais teu encanto faz um canto de sereia,
E semeia no universo as sementes da poesia.
 
Que os Poetas e Poetisas,
Sejam eternos enquanto existir poesia,
Então infinitas elas serão,
Porque sempre haverá um Poeta e uma Poetisa,
E neles uma sublime e divina inspiração.
 
N.A: Minha singela homenagem a todos os Poetas e Poetizas, neste dia tão especial a todos eles.
 
Ricardo Sales.

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SENSAÇÕES

Por uma vez pensei ter você,
Para sempre dentro de mim,
As palpitações do meu coração,
Eram as razões das sensações,
De ter você em meus braços,
E nos murmúrios de tantas palavras,
As mais loucas sensações,
Hão de sufocar nossas emoções,
Sensações, motivos que a própria razão,
Se deixa fatalmente levar.
 
O amanhã sem você parte de mim morrerá,
Saudade e dor, filosofia vã,
De quem na vida ficará,
A mercê das infinitas ilusões,
E no antro de tantas recordações,
As mais loucas sensações,
Para sempre hão de perpetuar,
Sensações, de quem hoje sente,
Saudades de um amor ausente.
 
Ricardo Sales.

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SOMOS POETAS?

Somos poetas?
Apenas por rimar palavras e frases,
Que falem de amores e desamores,
De solidão e sofrimentos,
De esperança e desesperanças.
 
Somos poetas?
Apenas por querer traduzir em versos,
O que a inspiração teima em fincar,
Raízes profundas de anseios,
E de amores vividos sem receios.
 
Somos poetas?
Por esta busca insaciável por palavras,
Que clama o amor, a esperança,
Regada a angústias, a emoções,
Deixando de lado os preconceitos arcaicos,
Onde homens são meros robôs sem noções.
 
Somos poetas?
Por querer ser livre e leve como o vento,
E sorrateiramente lúcido a vagar,
Até onde a imaginação alcançar,
Nos pequenos e simples detalhes da vida.
 
No gorjear líricos dos passarinhos,
No semblante inocente de uma criança,
Nos orvalhos abandonados pelas madrugadas,
E deles brotarem rosas, como magia,
Em plena luz do dia.
 
Então...
Somos todos poetas.

Ricardo Sales.

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TE LEMBRO AO LUAR


Te lembro ao luar,
Distraída a me olhar,
Sempre querendo brincar,
E sorrateiramente chegar,
A me abraçar, me acariciar,
Você contente dizia me amar.
 
Hoje só saudosas saudades,
Que não a tenho por puro capricho,
Não ser mais seu bichinho de estimação,
De nunca mais poder te tocar,
De não sentir mais aquela gostosa emoção,
E nunca mais ter teu corpo pra me saciar.
 
Queria estar ao seu lado,
Queria estar em tuas lembranças,
Queria estar em tua alma,
Queria estar em tuas andanças.
 
Ingenuamente te perdi,
Mais ainda assim vou te encontrar,
Quem sabe pelos bares da vida,
Você ainda me aceitará, me amará,
E pra sempre um eterno amor vingará.
                                                          
Ricardo Sales.

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