Olhei-me hoje no espelho,
Por breves instantes fiquei a fitar-me,
Estou de barba branca e não tinha percebido,
Apenas por que fiquei três dias sem me barbear.
Fiquei depois a meditar sobre a minha vida,
Ela tinha passado tão rápido e não tinha percebido,
Como ela escorregou assim pelas minhas mãos,
Sem que eu a tivesse visto.
Por Deus! Eu a deixei simplesmente ao seu próprio destino,
Ou talvez ao meu prosaico desatino,
E a tenha deixado como simples caso de amor.
E esses anos todos o que fiz?
Pobre do meu coração,
Talvez nunca tenha amado de verdade,
Ou se amei e nunca me dediquei,
Sabia que nunca havia me dado conta que existia a flor,
Será que estive ébrio este tempo todo?
Ou estive sóbrio em minha própria mesquinhes,
Das minhas pobres convicções que me deixaram cego,
Será que nunca vivi emoções?
Será que pequei por não ter percebido a vida,
E me deixei órfão de mim mesmo,
Não sei como me explicar dessa falta de consideração,
Dessa total promiscuidade com a minha própria vida.
Ricardo Sales
Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.
Comentários
Obrigado Poetisa Meire por sua ilustre visita, Abraços.
São coisas que a vida nos poem onde evanesce nosso ser
Grato Poeta por sua leitura e comentário. É sempre um prazer tê-lo como visita. Um forte abraço.
Na verdade fiz este texto para que o ser humano olhe mais pra ele próprio, se policie de um modo geral para que sua vida não se perca no seu caminhar de futilidades e dê importância ao verdadeiro significado da vida. Ela passa rápido e nem percebemos o tempo gasto com supérfluo. As vezes deixamos de curtir momentos simples pelo que o dinheiro nos proporciona. Obrigadíssimo pela leitura e comentário Poetisa Cristina. Um forte abraço.