Até tu...silêncio !

Na lezíria do tempo desnudo todo
Sossego disperso numa lamúria acantonada
Nesta esperança conversa nutrindo o global
Momento de solidão ali imersa e bem escrutinada

Até tu, silêncio ceifas da noite uma ilusão tão sórdida
Peregrinando pela escuridão que agora se desfaz num pranto
Abocanhando até o sonho pontual e convalescente
Enlutando o dia convincentemente complacente

Até tu, silêncio retiras-te e entranhas-te no cântaro das
Minhas solidões onde o tempo tão permeável e flagelado
Se acoita nos breus da saudade padecendo desolada

Até tu, silêncio, agonizas soberano e triste… mais dissimulado
Injectando nas memórias o regenerado desejo de tantas veladas
Palavras timidamente lacrando a vetusta hora morrendo violada

Frederico de Castro

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Frederico de Castro

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • 14378449?profile=original

  • O silencio sempre traz saudades, ele busca lembranças boas ou más, mais também te traz paz. Um fraternal abraço Poeta Frederico.

    • Obrigado Ricardo pela mensagem gentil

      Votos de dia feliz

      FC

  • Parabéns pela ponposa inspiração dos versos neste belo soneto.

    Aplausos!

    • Muito grato poeta pela sua estila mensagem

      bem haja

      FC

  • 14372866?profile=original

This reply was deleted.
CPP