O DOM E O SEU AUTOR...
“As palavras não podem terminar em mim, e sim Naquele que me deu o dom da escrita”. Sim, afinal se eu tenho a capacidade de escrever, de criar frases, parágrafos, versos; início, meio e fim; se eu possuo este admirável Talento, é tudo graças a Deus. Então, nada mais justo do que espelhar as minhas entrelinhas à Sua Imagem para a Glória do Altíssimo, e fazer das minhas impressões, reflexo do Seu Pensamento em prol da instrução e conhecimento de seu povo eleito.
Ora, pensar e escrever ao fim último à própria criatura, que proveito tem? Só se for por orgulho ou vaidade. Só se for pelos holofotes. Mas não, o estrelismo deve implicar finalmente Àquele Autor de todos os dons, de todos os Talentos, pois a verdade é que se não fosse por isso, nada verdadeiramente seríamos. Ninguém tornou-se escritor por si só, ou poeta, ou compositor... Ninguém. Somos o que somos por nossos Talentos porque Ele assim quis, foi de Sua Vontade.
E certamente esta concessão de tais dons tem um único propósito que faz parte integrante do Projeto Salvífico da humanidade, criado por Deus. Não fomos feitos para fazer por nós mesmos; não estamos no mundo a passeio; não existimos para exibir e vangloriar do ego detentor de preciosas propriedades e particularidades, estas exclusivamente vindas do Onipotente. Como somos ousados e prepotentes em sequer imaginar donos daquilo que nos foi bondosamente cedido? Na verdade, Emprestado.
Como somos atrevidos em nos dar por suficientes, eficazes, unicamente por nossas próprias forças humanas e miseráveis? E como nos “desmanchamos” em orgulho e êxtase, quando alguém nos farta de elogios e pompas? Mas por quê? Por uma capacidade de que nós não criamos? Por um dom de que foi gentilmente nos doado? Por que “me acho” muito? Sou eu acaso o inventor de tal benefício?... Muitos questionamentos... Não é? Façamos, no mínimo, a exemplo do Grande Paulo de Tarso: “Assim esperamos levar o Evangelho aos países que ficam além de vós, sem nos gloriarmos das obras realizadas por outros dentro do domínio reservado a eles. Ora, quem se gloria, glorie-se no Senhor. Pois merece a aprovação não aquele que se recomenda a si mesmo, mas aquele que o Senhor recomenda” (2 Cor 10, 16-18).
O Senhor nos concede os Talentos e nos recomenda para tal objetivo, e sem dúvida não para o efeito findar em nossos próprios egos, e sim para “dispersar” em favor do bem comum a todos, cumprindo assim o Plano que Deus criou por nosso acolhimento ao Céu, à Vida Eterna. O homem, por si só, é vago, é nulo, fadado à fornalha ardente. A vaidade é um veneno silencioso e perigoso, quando menos espera e se dá conta, já foi infectado, e seu portador aos poucos definha-se ao bel prazer de um glamour terreno e ilusório. Os dons são de Deus, e por isso a Ele toda a Honra e toda a Glória. Amém!
Alcebíades Júnior - 13/10/2017.
Mt 5, 16: “Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”.
1 Tm 4, 14-16: “Não negligencies o carisma que está em ti e que te foi dado por profecia, quando a assembleia dos anciãos te impôs as mãos. Põe nisto toda a diligência e empenho, de tal modo que se torne manifesto a todos o teu aproveitamento. Olha por ti e pela instrução dos outros. E persevera nestas coisas. Se isto fizeres, salvar-te-ás a ti mesmo e aos que te ouvirem”.
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Comentários
Penso que o o sentir poético, ou seja, o ato de concepção, realmente é transcedente. Parabéns pelo texto.
Meus aplausos!
Claro, nobre poetisa, de onde vem a Inspiração? Das nossas cabeças? Óbvio que não! A nossa mente é só um instrumento, onde Deus a utiliza para inserir ali as mais belas concepções de tudo quanto é espécie. A nossa mente é uma física que recebe o espiritual, portanto, somos apenas "portadores" e não autores da Transcendência, ou seja, mal comparado, somos coautores mediante "Procuração" emitida por Deus. Isto chama-se Recomendação; somos recomendados a publicar uma Inspiração Divina, através do Espírito Santo. Qualquer publicação é uma Inspiração Diviva (publicação boa, do bem, claro), pois vem do Talento que Ele concedeu a nós para escrever e publicar. Obrigado, poetisa, por sua visita e apreço! Forte Abraço!
A Ele Toda a Honra e Toda a Glória, por seu Ser Poeta e Poético... Sou Feliz por Ele me recomendar... Obrigado por sua visita e contemplação. Grande Beijo, mana querida!
Sempre nos surpreendendo com seus trabalhos poeta Alcebíades, fico super contente e sucesso sempre
Feliz sou por permitirem que Deus faça morada nesta Casa e que Ele surpreenda a todos, em nome do Amor e da Caridade... Obrigado por sua preciosa visita e apreciação. Grande Abraço!
É uma fabulosa mensagem espiritual. Meus aplausos Poeta Alcebíades. Um abraço.
Sim, amigo poeta Ricardo, Transcendente assim como tudo de Deus... Grato por sua visita e apreço! Grande Abraço!
Escrever para que se obtenha um efeito superior à vaidade deveria ser o motivo de todo escritor.
Seu texto reafirma essa premissa, Alcebíades a produção artística realmente é um transe espiritual, como você disse, e assim também creio!
Sim, Ilustre poeta, me honra com sua Preciosa visita... "Efeito Superior à Vaidade", ou seja, Diminuir-se para que se Transpareça a Obra do Criador e assim cumprir o seu papel de Introdução de Conteúdo aos leitores, pois, ademais, o escritor já sabe do que se trata, diferente de quem ainda beberá dessa "Água". Na verdade, o que escrevemos nunca é para nós mesmos, visto que somos já portadores da Inspiração e incumbidos de repassar aos demais. Isso é motivo de Vaidade e Egocentrismo? Jamais! Configura-se numa Missão delegada pelo Autor. As suas Memoráveis Composições possui uma Razão de Ser, e para quê? Sem Dúvida, algo Instrutivo, Somatório e Divino a sua arte contém, por isso a sua Missão de Influenciar as pessoas, colaborando assim à Pedagogia de Deus. E quem se humilha, se faz pequeno, será Exaltado! Grande Abraço, amigo poeta, e muito obrigado!
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