As folhas estavam caídas,
Como se as árvores estivessem a morrer,
No chão, sinais de lágrimas esvaídas,
Como se do céu, quisessem chover.
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Fui devagar, muito devagarinho,
Como quem não quer a coisa,
Tal e qual, como um passarinho,
Que no ramo da árvore, poisa.
..........
Senti um ligeiro abanão,
Parecia o vento a sacudir-me,
Era uma árvore, a dizer-me que não,
Que não queria, sequer sentir-me.
.........
Então, dei um saltinho de pardal,
E voei até outra primavera,
Atravessei todo aquele temporal,
Avistei alguém à minha espera.
.........
A tarde estava soalheira,
Do alto de um raminho,
Vi uma linda amendoeira,
Bem no meio do caminho.
.......
Como se ela me chamasse,
Embora eu não visse ninguém,
Pediu-me que eu poisasse,
Queria sentir o peso de alguém.
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Cristina Maria Ivens-7-11-2016
Comentários
Que coisa mais terna e linda, Cristina! Lindíssima inspiração! Bjs
Congratulação pelo registro deixado. Viajei através das belas imagens e letras. Então, dei um saltinho de pardal e cheguei até aqui!!!
Obrigada amigo Sam,pela sua presença, beijo.
Ternura de poema. Lindíssimo! Parabéns, querida Cristina.
Destacado!
Safira,minha querida, grata pelo seu lindo trabalho, beijinho.
Mais um dos seus geniais momentos de inspiração
Meus aplausos
FC