Infeliz com a minha enfermidade
prestei uma ultima homenagem à vida
uma maestrina de tenra idade
surgiu com uma dor igual à minha.
Ambas carecas de saber
que a morte já estava por perto
eu de branco, linda de morrer
ela de preto, como o céu encoberto.
A doença acompanhou-nos
num concerto à beira mar
a harpa enfeitiçou-nos
a maestrina pôs as mãos no ar.
Com movimentos graciosos
as batutas fizeram magia
esquecendo-me dos dias chorosos
apaziguei toda a minha agonia.
O céu ameaçava temporal
e o cântico teimava em não parar
não havendo cura para o meu mal.
prometi a mim mesma não chorar..
Contive-me com toda a firmeza
para não fazer um pranto
naquela hora tive toda a certeza
que a morte era a preto e branco.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
Comentários
Linda criação, apesar de triste! A própria
imagem te conduziu a isso! Bjs.
Obrigada Mena, os critérios são esses, transmitir a imagem, apesar de que, segundo eu, alguns fugiram ao tema. Acho que isso devia ser posto em consideração na sua avaliação. Depende do avaliador, beijinho.
Grata Sam, beijinho.
Genial poema apaziguando toda agonia, trajada de tristeza
na hora que acelera a morte que era a preto e branco
Parabens por mais um belo texto
FC
obrigada Fc, beijinho.