A TARDE FINDAVA

A paz reinava na beira da praia, um momento lindo em que tudo se torna perfeito. A areia sonolenta empurrada pelo vento, o mar murmurando o inicio da maré enchente exibindo um entrelaço de cores verde e azul misturando-se ao alaranjado do sol poente.
Um cenário que deixa qualquer pintor paralisado diante da perfeição. No céu nuvens franjadas abriam suas longas asas como pássaros livres no ar, pequenos seres vagavam pelo gramado fazendo parte daquela paisagem, um momento propício ao devaneio, segui meu caminho na areia deixando as pegadas, um casal de sabiá especulava se ali restavam migalhas de alimentos, sorrindo segui, adiante chamavam a minha atenção a concentração de um bem-te-vi pescador espreitando o mar na beira da praia.
Seguindo por entre a vegetação surge uma casinha com pés de jasmim crescendo a cada lado da varandinha, por um momento parei para admirar a delicadeza e o perfume das flores brancas matizadas  de amarelo.
Extasiada fiquei ao ouvir o espetáculo da voz do sabiá que cantava empoleirado entre as flores com certeza se perfumando com o seu aroma. Inserido naquela paisagem de sonhos outros passarinhos filosofavam como dando as boas vindas ao seu refúgio.
Continuei meu caminho quando uma voz disse baixinho- vamos siga-me quero lhe mostrar as flores silvestres, encantada segui ao deparar-me com o mais rico bordado feito pela natureza, os riscados de búzios e conchinhas eram desenhos feitos na areia pelo recuo das ondas, os ondulados arabescos esculpidos na coroa da maré vazia, os grossos e envelhecidos troncos das árvores do manguezal formando uma floresta como estacas fincadas na mais pura calma servindo de berço para milhares de caranguejos e outras espécies.
A noite caiu o mar escureceu por ali deixei o querer e o medo, voltei com o espírito renovado e a certeza do quanto Deus é grandioso...

Autoria- Irá Rodrigues

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