O poeta chega,
tão inútil e insignificante
como a flor que insiste brotar
na parede norte, adiante,
da carceragem do lugar...
Seu olhar para o mundo
atinge imensidões abissais
que, lá no fundo,
espelham dores febris,
das cores o matiz
e do poema, motriz.
O poeta respira ofegante,
suas vísceras se expandem.
O ar seco, no beco, atordoa-lhe os pulmões
que não o expulsa nas expirações...
Senta-se abatido como um poema parido.
Sorri do próprio destino,
da multidão que se movimenta nos domingos
e da fé dos iludidos.
O poeta se deita,
o céu se lhe aproxima opressor,
estrelas apreciam sua agonia.
As observa como anestesia...
Um meteoro cruza o céu.
Cerra os olhos. -"Uma estrela guia" !
...e morre em paz, ao léu.
Comentários
Nina Costa: Pois é... Essa pergunta ficou no ar. E o seu comentário, que me envaidece, me fez pensar. Obrigado, abraços do Paolo.
Muito obrigado Marcia Aparecida Mancebo. Um bj do Paolo.
Maria Angélica de Oliveira: Sinto-me honrado. Obrigado. Bjs. do Paolo.
Lindíssimo, poema, minha admiração.
Edith Lobato: Muito obrigado ! Bjs. do Paolo.
O poeta é hermafrodita, fecunda, gera, pare... e cria os versos mais sublimes da existencia.
Mais que belo e bom, meu querido e grande Paolo.
Beijos no coração.
Uma honra ! Agradeço à todos. que assim consideraram minha modesta obra, merecedora. Abraço à todos. Paolo.
Marsoalex: O seu gostar acrescenta muito às minhas linhas ! Bjs. do Paolo