AGONIA DO POETA

O poeta chega,
tão inútil e insignificante
como a flor que insiste brotar
na parede norte, adiante,
da carceragem do lugar...

Seu olhar para o mundo
atinge imensidões abissais
que, lá no fundo,
espelham dores febris,
das cores o matiz
e do poema, motriz.

O poeta respira ofegante,
suas vísceras se expandem.
O ar seco, no beco, atordoa-lhe os pulmões
que não o expulsa nas expirações...

Senta-se abatido como um poema parido.
Sorri do próprio destino,
da multidão que se movimenta nos domingos
e da fé dos iludidos.

O poeta se deita,
o céu se lhe aproxima opressor,
estrelas apreciam sua agonia.
As observa como anestesia...

Um meteoro cruza o céu.
Cerra os olhos. -"Uma estrela guia" !
...e morre em paz, ao léu.

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Comentários

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    • Nina Costa: Pois é... Essa pergunta ficou no ar. E o seu comentário, que me envaidece, me fez pensar. Obrigado, abraços do Paolo.

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  • Belíssimo!! Parabéns!!
  • Lindíssimo, poema, minha admiração.

    3625191?profile=original

  • O poeta é hermafrodita, fecunda, gera, pare... e cria os versos mais sublimes da existencia.

     Mais que belo e bom, meu querido e grande Paolo.

     Beijos no coração.

     
    3625131?profile=original

    • Uma honra ! Agradeço à todos. que assim consideraram minha modesta obra, merecedora. Abraço à todos. Paolo.

  • 3625134?profile=original

    • Marsoalex: O seu gostar acrescenta muito às minhas linhas ! Bjs. do Paolo

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CPP