Eu vou pra São Paulo em busca do que fazer
E não vou pra passear
Depois, tenho compromisso e não quero mais sofrer
Cansei de me ajoelhar
Ah, São Paulo!
Eu sou catingueiro e cansei de viver atoa...
E viver sem trabalho da muito trabalho e também enjoa
Assim, resolvi deixar a minha família
Ela, que é minha bagagem
Começo difícil mas a gente acredita
E não me falta coragem
Ah, São Paulo!
Dizem por aqui que a terra dai continua boa
Ainda que o homem tenha concretado a terra da garoa
Aqui no sertão a esperança nos diz
Que tudo vai mudar
Tanta promessa eu fiz
Mas chover que é bom só se for de chorar
Ah, São Paulo!
Eu acho que Deus não gosta daqui e ai tudo perdoa...
Já que é só no Sul que a água do céu sempre escoa
Então que a chuva molhe minha cabeça
Por onde eu seguir
E que minha vida aconteça
Sob o sol de São Paulo brilhando sobre mim
Ah, São Paulo!
Eu vou ser mais um brilhando no meio de tantas pessoas
Cada um na sua contanto que eu não me sinta mais atoa
Ah, São Paulo!
Ah, São Paulo!
Comentários
Acreditar já nos cansou a beleza, a fé continua, aguardamos melhores ofertas de serviço e bonança.
Parabéns pelo poema.
Sim, caro poeta, São Paulo é designada a Terra da Garoa.
Mas não garoa muito mais por lá, que asfaltaram e concretaram tudo.
Só tem mais chuva, que quando vem, leva tudo consigo.
Terra da Garoa, terra boa, de sonhos e fantasias, ainda na cabeça e coração de muitas pessoas.
Valeu Petrônio, poema verdadeiro e cheio de ternura a uma cidade que acolhe o mundo todo.
Parabéns e abraços poéticos de Veraiz Souza