Alguma canção


O que mais queres de mim velha amiga?
Será que já não me teve o suficiente?
Já lhe dei todas as minhas lagrimas
Gritei pra você com a voz dolorida da alma
Fiquei exausto

Não posso mais ser parte do teu sonho
Sonhos são só brancas nuvens que o vento sopra pra longe
Perdi-me de todos os antigos propósitos
Não sou ninguém

Por que é que nada é o bastante pra você?
Já não Le dei minha paixão e meu desejo?
Não e sua minha poesia?
Não sou o que você quer será que não percebe?
Eu queria uma estrada sem fim
Há... poder entregar-me a uma jornada sem rumo
Correr sem parar

Velha amiga estou cansado dos lamentos
São atrozes demais todas estas dores
Eu já sangrei por você
Eu que já lutei por você
Já Le dei toda a minha vida
E agora exalo morte
Minha alma exala morte
Ela esta fria e calada a tanto tempo
Por quanto tempo mais velha amiga? Por quanto mais?

Nossos jardins ostentam flores murchas
Não ouço mais a melodia no sopro do vento
Pra onde terá ido à brisa agradável do sopro da vida?
Já Lhe entreguei meus pensamentos minha amiga
Mas você os deixou minguarem na incerteza muda de teus lábios

Queria que minha voz alcançasse os anjos minha amiga
Talvez se eles me escutassem eu soubesse as respostas
Afinal o que e que você procura?
Terá você perdido em algum abismo da vida a capacidade se ser?
O básico elemento de amar e perdoar?
Quem e que a conhece de verdade?
Quem a viu nascer e crescer?
Será que esta pessoa sabe de tudo?
Será que seguiu sua vida e já viu sua morte?
O que será preciso pra ressuscitar você?
Tudo e tão estranho amiga
Tão diferente e gélido
Tenho medo

Não tenho mais nenhuma alternativa pra você
Mais nenhuma chance ou motivo
Nem mesmo uma ideia
Só o que posso fazer e esperar e rezar
Só o que sei fazer e incluir você nos meus versos
Talvez fazer de você a letra de alguma canção
Talvez simplesmente abraça La
Ou então partir e esquece La

Será que não percebe tudo o que ainda pode fazer?
Velha amiga o mundo não parou de girar naquele dia em que as coisas deram errado
Será que não entende isso?
A vida segue em frente não importam nossas perdas
A vida só quer de você e de mim a seiva da existência
Este prato tão raro e tão doce que ela consome

Não posso mais fazer por você velha amiga
Não posso
Seu castelo já caiu faz tempo e só você não vê
Esta ai estagnada com sua indolente pose de princesa
Quando e que você vai acordar?
Será que vai acordar?
E eu estou preso a sua corrente
Sinto você me arrastando consigo
Não aguento mais

Liberte-me velha amiga
Deixe-me seguir meu destino
Corte as amarras que prendem minhas asas de sonho
Deixe-me partir rumo ao resto dos meus dias
Deixe-me livre
Isto e despedida velha amiga
Isto e o fim com gosto de cinzas e morte
Será um adeus?
Talvez seja recomeço.

Rodrigo L.Cabral

Votos 0
Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • Em muitas situações as pessoas se recusam a enxergar o óbvio.

    Poema para se refletir, Parabéns Rodrigo pela obra.

  • Destaque merecidíssimo aplauso excelente trabalho ameiii
  • 3646371?profile=original

This reply was deleted.
CPP