ALMA EM TONS NEGROS

Não basta que seja sombra
É a escuridão completa que busco
Quero o negrume sem céu e sem saída
Quero matizes acinzentados e intumescidos
Busco mergulhar nas trevas densas
Tão frias e indiferentes que sugam
Quero um lago profundo de não existência
Um lugar de medo e de vazio
Quero uma cor voltando ao fosso
Voltando ao negro
Quero o esmaecer sem vida da beleza
Regojiso-me no conforto sem tons brilhantes
Na desesperança que e escura e mórbida
Busco a cor dos túmulos e dos esquifes
Quero pra mim a terra sobre as covas
Busco lapides
Estou atrás do negro que volta ao negro sem nunca deixar de se-lo
Quero mais do que os mais lúgubres e carmim dos tons
Quero um dia cinzento e apagado
Quero um Ser magoado de escuros
Pesares e lamentos
Hoje busco não a força, mas a fraqueza de caráter.
A maldição interessa mais que a redenção
Quero navegar no mar ocre que não tem perdão
Quero vagar pela noite densa de lamentos
Quero aquela treva que se estende e grita
Pontilhada salpicada de lagrimas
Quero o repouso sem cor e sem luz
Sem alma
O condenado preso de tormentos
Quero a pupila escura... negra no olhar que não tem esperança
Nem causas
O terror do soldado no combate
A cor do fundo das trincheiras
Das fossas
Das cavernas e buracos
Onde habitam apenas sentimentos sujos e maldosos
Quero entender de onde vem
Pra onde vai?
De que e feito o pestilento éter do planeta
Hoje teu planeta
Quero mergulhar nas mais negras águas existentes
Quero conhecer a alma
A alma humana
A tua.



                          Para Jonnas que não sabe...mas não esta alem da ajuda ainda!

RODRIGO  CABRAL

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Comentários

  • 3653501?profile=original

  • Nossa Rodrigo um poema negro de verdade. Versos que vociferam como um rugido de leão em noite densa.

    Parabéns!

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CPP