Amor Mecânico
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Na conjuntura da minha mecânica
tenho sentido uma folga nas transmissões
em que o êmbolo corta a libido à minha biela.
O balanceiro, diréciona os meus sentimentos
à cambota e os cardans,
quando são desprezados, queimam o meu dínamo..
Fico com o meu semieixo sem nenhuma tração
e a brecagem do meu infortunado desejo, reduzida.
A minha sensível estrutura, cheia de kilometros...
procura um chassis novo,
para por os meus homocinéticos devaneios
e suprimir os meus rodízios para poder amar ao ralenti..
Na paisagem, a ternura dos campos,
mostram-me um ângulo de convergência,
que anula todo o meu acoplamento
diante de toda a geometria transversal.
O caster, tem uma inclinação do covilhão da manga
que me deixa tetraplégica.
A noite se aproxima
e o meu borne de excitação queima a polie,
levando a cordilheira de fluídos
que alimentavam e lubrificavam os meus segmentos.
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Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
Comentários
Nunca havia lido um poema com esta abordagem mecânica. Parabéns pela inspiração.
Obrigada Angélica....beijinho.
Obra bela com um vocabulário riquíssimo! Adorei sua criatividade! Parabéns!
Obrigada amiga Sandra!
Beijo amiga.