Amor Mecânico

Amor Mecânico

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Na conjuntura da minha mecânica

tenho sentido uma folga nas transmissões

em que o êmbolo corta a libido à minha biela.

O balanceiro, diréciona os meus sentimentos

à cambota e os cardans,

quando são desprezados, queimam o meu dínamo..

Fico com o meu semieixo sem nenhuma tração

e a brecagem do meu infortunado desejo, reduzida.

A minha sensível estrutura, cheia de kilometros...

procura um chassis novo,

para por os meus homocinéticos devaneios

e suprimir os meus rodízios para poder amar ao ralenti..

Na paisagem, a ternura dos campos,

mostram-me um ângulo de convergência,

que anula todo o meu acoplamento

 diante de toda a geometria transversal.

O caster, tem uma inclinação do covilhão da manga

que me deixa tetraplégica.

A noite se aproxima

e o meu borne de excitação queima a polie,

levando a cordilheira de fluídos

que alimentavam e lubrificavam os meus segmentos.

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Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Cristina Ivens Duarte

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