ANDA ESQUECIDA

Anda esquecida
Parece que não bebe mais...
Não corre mais...
Não foge mais...
Anda esquecida
Não lembrou do mal que lhe fizeram
Não devolveu a ofensa
Não foi dormir preocupada
Anda esquecida
Não sabe mais onde mora a dor
Não lembra o nome do medico
Que medico?
Teve um medico?
Não lembra mais...
Anda esquecida
Não percebeu que podia chover
Esqueceu um embrulho em casa
Não pôs todos os itens na caixa
Fica pra uma outra vez
Sorri...
(ou devia sorrir)
Sempre há outra vez
Anda esquecida
Não recorda das cores que a tristeza tem
Não tem mais memória dos nomes pelos quais atende a dor
Só faz sorrir
Só faz suspirar
Eu também suspiro...
Anda esquecida
Anda feliz
Anda radiante
Não lembra mais como sofrer
Oxalá jamais venha a lembrar.

RODRIGO CABRAL

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Comentários

  • A interpretação de teus versos cabe a quem os ler e isso é ótimo! Aplausos! bjs

  • Teu poema me fez lembrar da massa que fica esquecida de tudo na hora de votar nos mesmos.

    Aplausos, Rodrigo.

  • Lindos versos, poeta, gostei do "jogo de palavras", deu um toque de mistério no poema. Abraços, paz e Luz!!!

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