ANDAIME

Eu não preciso
Usar terno de linho
Vivo feito passarinho
E também posso voar...
É tão difícil 
O convívio com a vaidade
 Abraço essa cidade
Sempre suspenso no ar...


Acostumei-me ao convívio
E sinto alivio
De não ter que suportar
A dor que trago no peito
Feita do pó do despeito
Que eu vejo em todo olhar
Embora eu tenha
Quem se dispa pra mim 
Me tira o pó e assim
Sob os lençóis me distrai
E me faz aquietar..

Porque sou matuto
Sou bicho do mato
E que pelejo, labuto e reluto
Por esse chão onde o asfalto
Aos poucos me consome
E caleja meus pés
Quando não estou no andaime
Amarrados aos sapatos

(Petronio)

Votos 0
Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • Esta é a realidade de muitos, a realidade do ovo frito com feijão, as coisas da televisãosão pura ilusão dentro da sala do matuto, ele nem liga pro cara de terno e gravata
     que fica tentando vender o seu peixe. Pura realidade!

    Parabéns, de novo.

  • 3645348?profile=original

This reply was deleted.
CPP