Eu não preciso
Usar terno de linho
Vivo feito passarinho
E também posso voar...
É tão difícil
O convívio com a vaidade
Abraço essa cidade
Sempre suspenso no ar...
Acostumei-me ao convívio
E sinto alivio
De não ter que suportar
A dor que trago no peito
Feita do pó do despeito
Que eu vejo em todo olhar
Embora eu tenha
Quem se dispa pra mim
Me tira o pó e assim
Sob os lençóis me distrai
E me faz aquietar..
Porque sou matuto
Sou bicho do mato
E que pelejo, labuto e reluto
Por esse chão onde o asfalto
Aos poucos me consome
E caleja meus pés
Quando não estou no andaime
Amarrados aos sapatos
(Petronio)
Comentários
Esta é a realidade de muitos, a realidade do ovo frito com feijão, as coisas da televisãosão pura ilusão dentro da sala do matuto, ele nem liga pro cara de terno e gravata
que fica tentando vender o seu peixe. Pura realidade!
Parabéns, de novo.