Já não tenho mais lágrimas a banhar-me os olhos,
Foram todas desaguadas no mar de ilusão,
Temporadas de dor, estação de abrolhos,
Rudeza na alma, perturbada visão.
Correntes que envolvem os sonhos em tortura,
Fantasmas seculares compondo o cenário,
Espetáculo interrompido pela ditadura,
Parceria insana, troféu adversário.
Sem lágrimas não manifesto minha agonia,
Sobrevivente aguerrido em posição subalterna,
Corpo catatônico em suas displasias,
Trajetória que se cumpre num balanço eterno.
Sandra Medina de Souza
Comentários
Poema que versa a dor trazida pelas lembranças em versos belíssimos. Parabéns Sandra.