Desperta o olhar como um rio
numa lágrima desaguando
É a luz que emana de uma gargalhada
as sombras do tempo perpetuando
Atrás do véu
teu olhar me infiltrando
a solidão tão aliciadora
confinada à artrose da vida
roendo a dor que se ausenta
esfrangalhando uma
lágrima tão apaziguadora
Atrás do tempo outro
tempo virá
Um olhar invadindo o
desassossego dos silêncios
despindo a pestana da existência
onde mora a leucemia da vida agrafada
neste desabafo sem qualquer indulgência
Suspira esse olhar cândido
rasgando toda a maquilhagem
dos meus sonhos
enquanto a melancolia se
diverte levitando numa atrevida
gargalhada sonâmbula
Escondi toda inspiração
atrás das minhas mais
voláteis insinuações
Deixei um adeus quase consternado
velando a coerência das nossas
divagações
recriando um abraço
repentino, estrangulando a
manhã que chega aos trambolhões
emoldurando a memória patrocinada
nesse olhar totalitário sem mais contestações
Frederico de Castro
Comentários
Um profundo mergulho nas emoções produzidas pelo teu poema. Encantada!
Parabéns, Frederico pela obra.
Destacado!
Frederico de Castro. O talento e a inspiração da sua verve literária caminham nas mais diversas searas da poética.
Parabéns, poeta, versos lindos, maravilhosos, é muito bom ler seus poemas, fazer parte de seu mundo, tentar entender seus sentimentos... Abraços, paz e Luz!!!