Canto das águas

Foi meu sonho concebido nos vapores

da aurora matinal soltando o canto

das águas dormitando no leito do tempo

onde te delicias com doçura e encanto

 

Recostei-me no travesseiro dos silêncios

encaixando teu semblante num desenho

feito à esquadria de todos os desejos

carimbando os beijos e lembranças

primaveris num breve sonho arquitectado

no vínculo das nossas semelhanças

 

Transbordam as águas dos oceanos

e eu represo-te na imortalidade do

tempo que resta

namorando serenamente a agilidade

dos abraços diluídos na maré que se esvai

desalenta testemunha que me sequestra

lesta

predadora e cúmplice devoradora

dos nossos gentis sonhos que

o silêncio admoesta

 

No canto das águas reabro as janelas

da vida onde o tempo varre os horizontes

da memória qual sentinela confidente

maquilhando as palavras belas

onde te revelas

urdida a cada cadente momento

de tempo sem cláusulas ou expectativas

deixadas numa sequela em aditamento

Frederico de Castro

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Frederico de Castro

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Comentários

  • Poema muito lindo, Frederico. Receba meus aplausos.

    Destacado!

  • 3641313?profile=original

  • 3641330?profile=original

    • Obrigado  Marso pelo carinho e amizade

      Abraços

      FC

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