Chuva...

Chuva...

 

Da janela observo os pingos da chuva que caem amenizando o calor da terra...

Carros que passam apressados...Pessoas que correm, tentando em vão se esconderem...

O vento balança os galhos sedentos das árvores num bailado cadenciado, ora fraco, ora forte

Aos poucos a água forma um pequeno rio a molhar os pés dos distraídos e desavisados....

Todos se movimentam, buscam um lugar seguro...como formigas a buscar abrigo...

Nem percebem o rosto que os observa da janela do prédio logo em frente...

Embora note a agitação, minha mente viaja a buscar lembranças de outro dia de chuva...

Das brincadeiras, tal qual crianças,  no boliche...risos soltos, livres enfim...

Da cabeça recostada no peito do homem amado...a ouvir o bater cadenciado de seu coração

Tal qual o bailado do vento com a chuva...que movimenta as flores coloridas...

Momentos únicos em que eram uno.... Que o que importava era o amor mútuo

Que ali se consumou como num sonho, digno do mais belo conto de fadas...

Não há tristeza ... nem pesar... Somente a certeza de que é amada

Tanto quanto ama, apesar da separação imposta pela vida....

Sinto minha alma viajar, ao encontro do amado...

Indo depositar um beijo meigo na face serena e meiga, num afago...

A chuva cessa, da mesma forma que começou, o bailar do vento atinge seu ápice...

Pessoas surgem de esconderijos, iniciando assim mais um ciclo perene....

Afasto-me da janela... no rosto, um sorriso...

Por sentir, na brisa suave, o beijo correspondido do homem amado....

 

Maria Angélica de Oliveira – 09/01/17

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Angélica

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Comentários

  • Fazer a associação entre a chuva e os sentimentos é uma maravilhosa inspiração. Lindoooooooooooooooooooo! Bjs

    • Obrigada Marso por teu carinho...

  • Hoje, aqui onde moro, amanheceu assim, chovendo. Chuva mansa que vai escorregando devagar e revirando lembranças. Tudo lindo.

    Parabéns querida, Angélica, texto permeado das sensibilidades do momento.

    Destacado!

    • Obrigada Edith pelo destaque e carinho...

  • Sou filho de uma região adusta onde a canícula domina quase todo o ano. O curto período de chuva é uma dádiva dos céus a alimentar a esperança do homem acostumado a tamanha aridez. As pessoas não dela fogem como as do teu lindo poema mas, ao contrário, a ela se unem para comemorar sua chegada. Água que depois de tamborilar no telhado da casa de taipa do teimoso sertanejo escorre a umedecer o solo e permitir a brotação da vida. Logo a vegetação nua tornará a vestir-se do verde de sua folhagem. As árvores, vestidas, voltarão a oferecer abrigo e sombra para os amantes, que renovarão juras de amor como as sonhadas em teu lindo poema.
    • É um prazer recebê-lo Francisco... obrigada por tuas palavras...

  • This reply was deleted.
    • Obrigada Wesley por tua visita e por teu gentil comentário..

  • SAFIRAAAAAA LINDAAAAA!!!!! COMO SEMPRE VOCÊ ARRASA!!! BRIGADUUUUU!!! 

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  • Belo poema, poetisa, abraços, paz e Luz!!!

    • Obrigada Ilário por tua visita e gentil comentário...

This reply was deleted.
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