COISAS SÃO ASSIM

Quem atravessa o deserto... tem sede
Quem conhece a miséria... Tem fome
Quem enfrentou o horror... tem medo
Quem esteve com vigaristas... Foi enganado
Quem esta fugindo... Tem pressa
O leão que esta rugindo... Tem fúria
O lobo que uiva... Tem noticias
O velho sentado no parque... tem memória
A moça debruçada na janela... tem pretendentes
Os pretendentes da moça... tem intenções
A beata no altar... tem fé
A mulher que vai as compras... quer promoções
O senhor que vai a lotérica... tem esperança
O pai que espera o filho... Tem preocupações
A mãe que embala seu pequenino... Tem amor
O jovem que sai para a noite... quer diversão
A cidade que o acolhe... quer lucro
O comerciante que anuncia... quer clientes
O eleitor que vai votar... quer melhorias
E precisa de fé...
E de esperança...
O político que pede seus votos... tem interesses
E talvez... também conheça vigaristas
O sol que hoje nasce... quer calor
A lua que vira... quer poesia
O poeta que tudo isto escreve... quer versos
Quer noite...
Quer sol...
Quer amor...
E esperança...
Quer tudo...
Tem tudo...
Não tem nada...
E senhor e rei...
E servo é vassalo
É pretendente...
Já foi pretendido?
Temi desertos e conhece sede
E humano...
Fala demais...
E agora se cala...
Pois quem escreve poesia... também pontua finais.

RODRIGO CABRAL

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Comentários

  • É nesta flexão pontual que percebemos que tudo tem um preço. Nada é de garça.

    Reflexivo poema, Rodrigo.

  • 3649804?profile=original

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CPP