Dialecto do amor

O dia parte de mansindo

e somente resguardo um punhado

de silêncios rendidos à inefável

palavra que desliza no dorso

dos teus olhos

de forma quase inapelável

  • Deixa que o jardim em

nós floresça na demanda

de todos os perfumes

que teu ser emana

  • Te seduza todo o labirinto

de desejos

serpenteando de rompante

entre a vénia de beijos

que te deixo

e o mar de teus olhos

me sorvendo a vida

gota a gota

num tão inigualável gracejo

  • Viverei eternamente

redescobrindo onde pousar

meus lestos versos

quando se entrelaçam ávidos

tão sequiosos e reclusos

e o memorável silêncio que se debruça

à janela de todas as nossas existências

desfraldando o eco longo e intruso

sem mais complacências

  • O que berra

são meus versos

correndo ao desencontro de

tantas indiferenças

São minhas horas encarceradas

no tempo

engolindo todos os fragmentos

de esperança despertando

cada vestígio deixado na guarida

do nosso jardim florescendo

no fio do tempo

por fim nos conectando

  • Em palavras não mais

contidas

Deixo-te a alma arfante

soltar-se de alegria

recitando-te uma orquestra

de emoções resvalando

numa hecatombe de inspiração

  • Num dialecto perfeito de palavras

estanco a dor

plotando tua imagem na fina

memória inconformada

açoitando de beijos

a mais precisa resolução

de cada gesto de amor

proliferando quieto e com tanta exatidão

Frederico de Castro

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Frederico de Castro

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