E a vida segue...
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Maìs uma vez me vejo como espectadora da dor, da total impotência diante da iminência da morte, que chega sorrateira, ceifando vidas amadas...
Observo, pelos corredores do hospital, o quanto somos insignificantes e pequenos...
Tantas histórias desfilam por aqueles corredores, alguma tristes, outras cheias de amor e ternura.
Tantas famílias a vagar, de cabeça baixa e olhar triste, tentando manter um ínfimo fio de esperança de que algo possa ser feito, a espera de um milagre...talvez o milagre seja a própria morte mas em nosso egoísmo não nos deixamos enxergar.
É realmente aterrorizador não poder fazer nada, não ter o controle da situação e ter que aceitar que não mais veremos a pessoa amada.
Não há palavras que consolem e por mais que tentemos amenizar a dor da perda, não há consolo... Só Deus pode operar e abrandar o sofrimento de quem fica.
Muitas vezes o remorso toma conta, poderíamos ter feito mais, visitado mais, beijado e acarinhado mais... Mas, vivemos uma vida “loca” que nos rouba momentos mágicos e perfeitos que nunca mais poderão existir.
E continuo minha caminhada pelos corredores do hospital, um choro aqui, uma risada ali, uma prece fervorosa que ecoa na alma, um abraço de consolo, lágrimas que correm livre pela face, sentimento vazio de que mais uma vez o palco da vida se encontra vazio.
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Maria Angélica de Oliveira – 18/09/17
In Liga dos 7
Comentários
Não poder fazer nada, ou saber que já se fez tudo o que se podia fazer é terrivelmente desesperador.
Mas isto é a vida real e viver, é drama, pois implica em oscilação de circunstâncias.
Acalma teu coração. Tua profissão te pede para ser forte nestes momentos em que tua alma sofre com o sofrer alheio.
Crônica do cotidiano, como a vida é.
Parabéns, poetisa amiga, poema nostálgico, lindo, primoroso, adorei. A morte é um novo renascer... Sou seu fã. Abraços, paz e Luz!!! PS: Música de fundo extremamente bela...
A dor é um sentimento estranho, quase uma libertação.
Nada, em nossas vidas, é conquistado se não passarmos
pelos crivos da perda, da solidão, da saudade...
Algumas doem mais, outras são mais amenas
mas sempre estão lá, a nos ensinar a sermos humildes.
Obrigada Francisco por seu carinhoso comentário.
Crónica triste Angélica. um espelho da realidade humana...quase fútil
Mas a vida...segue com poemas como o seu que ainda assim são como uma
luz ao fundo do tunel
Bem haja
FC
Sim Frederico! A realidade se torna triste diante da eminente morte!
E é nessas horas que colocamos na balança o julgamento de nossas
ações! Obrigada pelo comentário!
Que bom Livita que está bem agora!
O hospital é um "intensivão" de humildade...
Ali aprendemos a valorizar pequenas coisas que
no cotidiano passariam despercebidas.
Obrigada pelo seu comentário.
Sim... sempre tem alguém... Beijos