Este meu rio que se enfurece
faz-se curva no bambu do tempo
abriga-me dos vendavais em
tantos mil anos de amores
incondicionais
- Determina qualquer hora
onde erguemos fronteiras
essenciais
convergindo na sabedoria
da vida por onde despertam
os sonhos ancestrais
- Em sombrias aflições
acampo-me ao teu redor
varrendo o tépido dia
aplainando a quilometragem
do tempo onde viajo nos ventos
favoráveis
antes que se ausentem os
momentos de todas as nossas
existências inexoráveis
- Resta-me percorrer
todo este silêncio lunar
onde posso encontrar o nosso
mundo vadiando
em busca de cada provérbio paciente
sussurrando aos lamentos derradeiros
o eco inefável
do chamamento convertido
em cativeiro
quando te
esquadrinho tão bisbilhoteiro
- Calou-se o silêncio
insuportável
ecoando aventureiro
nossos versos
reacendendo todas as
escuridões do dia fugindo matreiro
semeando correntezas
de amor fecundado
pelas brisas do tempo
que se escapam pelas calafetagens
do vento partindo sem paradeiro
Frederico De Castro
Comentários
Já havia lindo, apenas não estava podendo comentar. Adorei seu poema. Parabéns!
Esplêndido e reflexivo poema amigo Frederico, adorei parabéns. Abraços e felicidades