Estatuto do silêncio

Franzido se despia o dia

exactamente igual a tantas outros

recostados ali na sarjeta do tempo

configurando o estatuto do silêncio

onde dispo meus sonhos mais tímidos

colhidos no pote da eternidade quatidiana

deambulando na sonoridade das palavras

ditas…quase profanas

 

E depois dos silêncios bordei teus

sonhos à luz das estrelas correndo

no paralelismo dos nossos beijos

Hospedei o sol no poente recostado

na poltrona dos dias factuais

e gentis

prostrados na ladeira da vida

caminhando sonâmbola ao redor

daqueles abraços infestados de amor

do qual sou teu fiel provedor

 

Existe hoje no pomar dos desejos

um naipe de sabores incrustados

à manhã que desperta debruçada

à janela do tempo festivo e recatado

Um frémito e obediente sonho cavalgando

no tafetá dos teus olhos bordando o tear

de tantas gargalhadas vagarosamente

dispersas entre as plumas do silêncio

feito estatuto na elasticidade da vida

correndo assim excitada

confidente…indubitavelmente enamorada

Frederico de Castro

Votos 0
Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Frederico de Castro

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • Lindamente poético, amei. Parabéns Frederico   de Castro

    Nos brindou com mais uma obra-prima

    Abraços poéticos de Veraiz, poetisa feliz

  • E depois dos silêncios bordei teus

    sonhos à luz das estrelas"

    Lindamente construído para que

    pudéssemos nos deleitarmos

    com tamanha beleza em versar!!

    Parabéns!!

    3641733?profile=original

  • Primoroso estatuto! Parabéns e abraços poeta!

  • Parabéns fenomenal aplauso 

  • Que bela poesia, Fred. Aplausos!!

  • Outro composição maravilhosa!

    3641630?profile=original

This reply was deleted.
CPP