Voltarei a ver
as cores deste Outono
desenhando a beleza
que se despe perscrutando
em uníssono
nossas lágrimas se explicitando
- Voltarei a perfumar
as sombras
empoleiradas
em simultâneas gargalhadas
de agitação
calafetando o tempo
onde coabitamos em exaltação
Frederico de Castro
Comentários
Frederico eu não resistir. Parabéns pelo lindo poema.
No próximo outono
O outono se despede de mais uma temporada,
sobre a face do lustre da perfeita criação.
Há um cheiro de saudade impregnando
cada folha deposta ao chão, mas há
um prenúncio de vida nos singelos
brotos que vem surgindo, ainda rugosos,
diante da face do sol.
No próximo outono,
voltarei a sentar-me no mesmo banco
protegido pela sombra
do mesmo flamboyant
mas, estarei sozinha em meio
aos risos da cumplicidade
de nós dois.
Edith Lobato - 8/01/16
Bravo, meiga!
Outro poema demais!!!!
Parece que o outono a inspira...
Beijos, minha flor adorada.
Belissimo e mais que bom, prezado Frederico.
Triste também, pórem esperanzado sempre nos últimos versos com a rebeldía innata da sobrevivencia...
Sem resignação.
Gosto muito de seu estilo, calidade, profundidade e beleça.
Parabéns, poeta.
Abraços.
Bela noite e fim de semana.
El otoño se apaga
con silencio ruidoso
enmudeciendo los ecos
de otros sueños vedados
.
Asoma el crudo invierno
dormitando las auroras
en largas noches de esperas
embrujadas por la niebla
espesa de los recuerdos.
.
Y se aletarga la vida
perdiéndose en la memoria
de una extraña primavera
alejada para siempre,
hibernada, olvidada, misteriosa...
.
Helado, el aire se cuela
murmurando canciones rotas
entre las ruinas que quedan
estriadas, carcomidas, viejas...
.
Nieves Merino Guerra
08 de enero de 2016