Eis que a tarde amorena o sol
e tal um caleidoscópio eu enxergo a vida
tão minha, tão vida, tão bela!
Os anos são prósperos, o tempo escoa
pelo ralo da insensatez.
Mãos postas que não agradecem,
suplicam por frutos, sequer plantadas as árvores.
O adubo pertence ao vizinho, está na terra do vizinho.
O eremita escapuliu para a megalópole:
estão invadindo grutas, os miserandos!
E se apontarmos o dedo removeremos
a neve contida no vértice do monte Kilimanjaro
ou arranharemos uma pedra de gelo
que sustenta um iglu, atormentando a paz dos esquimós.
As sombras das estátuas de pedras da ilha da Páscoa
invadirão a soleira da nossa porta,
pois infestaram nossas mentes de aplicativos.
Rui Paiva
Comentários
Grande menestrel Rui Paiva! Vamos tirar proveito do universo digital, mas com o bom senso de buscar conhecimentos fora do mundo virtual. O celular virou quase um item obrigatório entre as crianças de hoje. É raro encontrar uma sem um nas mãos. Grande texto atualíssimo. Cumprimentos pelo alto teor literário.
Parabéns amigo Rui, descreveu magistralmente um dos grandes problemas da nossa sociedade hoje em dia, abraços amigo.
Nossa, quanta verdade Hein Rui. Parabéns!
Uauuu! Que lindo poema, propício ao momento revolucionário da comunicação em tempo real a partir de um clique.
Maravilhoso poema.
Parabéns e que bom te ler, Rui.
Destacado!
A minha não! Ainda estou resistindo e resistirei enquanto me for possível. Excelente! Meus aplausos! Bjs
Parabéns, poeta, poema lindo, adorei... Abraços, paz e Luz!!!