Introspecção

Introspecção

Fecho os olhos em momentos líricos
escritos a carvão numa antiga sebenta
guardados na mente como discos rígidos
saboreio o meu corpo, como se fosse água benta.

Analiso cada gota, cada glóbulo vermelho
a minha meninice a ficar para trás
revejo no meu plasma, um grande espelho
as perdas de sangue, a amnésia que faz.

Esta mania da introspecção
dá-me uma vontade de folhear o passado
que às vezes deixo cair o ego no chão
como se o meu diário fosse assim tão pesado.

Recordo a sorrir, entre videiras e espinhos
todos os labirintos das minhas entranhas
sei de cor como um escanção de vinhos
todas as minhas artes, manias e manhas.

Cristina Ivens Duarte

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Cristina Ivens Duarte

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