La Hora


.

Cuerpos deformados,

 enflaquecidos, huecos.

.

 Miradas enajenadas,

uniendo locura y desatino

 en la macabra melodía

 que marca la batuta sonriente

 mientras la lira, agónica,

se desdobla sin mirar el compás,

 sumida en la catarsis de su pesadilla.

Huir, tal vez, a través del arte,

de ese esperpéntico horizonte

velado, oscuro, frío, muerto,

 corroído por la lluvia ácida,

 como un último acto de amor,

 bondad, arrepentimiento,

sentimiento y belleza... 

.

 

Banal expiación.

.

Acomodan sus silencios

al rumor de las olas

en la orilla de un mar en calma,

-símbolo y fuente de vida-

esperanzas que ahogan sus resquicios 

trastornadas,unidas, distantes.

Supervivientes deprimidas

 de la definitiva guerra.

.

Solitarias,

extravagantes,

despiden al mundo

con tristes sinfonías.

.

Extinción absoluta.

.

Auto-expulsión del  Paraíso

aspirando su propia esterilidad.

.

Apocalipsis irónico de la estupidez

escenificando su última pieza

ante el irremediable telón final.

.

 Llegó "La Hora".

.

Nieves Merino Guerra

 12 de mayo de 2016

Votos 0
Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Nieves

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • Comovente porém belíssimo bjd

  • Magnífico poema! Senti-me muito triste ao ler, mas a beleza

    dessa arte de expressar nos encanta a todos, mesmo em

    situações sombrias... Bjs.

    • Muito obrigada, minha amada Mena.

       A foto é tétrica demais. Não pensei em nada bom!

      rsrsrs

       Beijos, linda. 

  • 3615866?profile=RESIZE_1024x1024Com a devida vénia deixo meus aplausos

    FC

    • Muito  obrigada, querido FC.

       Beijos, vicinho.

      3615755?profile=original

  • 3615875?profile=original

  • This reply was deleted.
    • OMuito obrigada, querido Luiz Mário.

       Beijos e bela semana, amigo.

      3615755?profile=original

  • 3615749?profile=original

This reply was deleted.
CPP