e o lápis...sem ponta
cilíndrica forma
não desenha nem rabisca
nas mãos resvala
e falta-lhe experiência
ainda não se deitou
sobre o claro papel
nem patinou em arabescos
ainda não se aborreceu
com a prontidão da borracha
esta destruidora da criação
cada traço deixado
é um pouco de vida
que se vai...
e este lápis sem uso
não deixa legado
não padece de lisuras
e a mão o roda indeciso
sem iniciais sem fins
apenas grafite apenas cinza
Jennifer Melânia
Comentários
Parabéns menina querida!
Obrigada por nos proporcionar esse espaço que enriquece o mundo da poesia com sensibilidade e beleza.
Uma joia, linda Jenny.
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Bom dia Jennifer, lindíssimo teu poema. Adorei.
Lápis sem ponta
Um lápis sem ponta meu verso chuleia,
rascunha o rei sol falseando sonata,
surgindo no céu entre a copa da mata,
o lápis sem ponta a visão delineia.
Desenha a emoção que minha alma permeia;
se entrega ao sentir, majestoso, e retrata,
o canto do amor que meu ser arrebata;
no pranto das águas lambendo a areia.
E borda meu verso sem tinta e sem ponta
olhando o carbono escondido na haste
assim, feito o amor dentro em meu coração.
E tudo o que sinto rascunha e dar conta,
a dor e a saudade retrata em contraste,
nos fios das cascatas da minha emoção.
Edith Lobato - 03/12/15
É bem assim... quando não se usa, não se vive...
Belo poema reflexivo, Jennifer! Gostei!
Abraços carinhosos.