O que eu preciso é entender cada
instante desta solidão
me transfigurando até o coração
Isentar-me de toda a razão
em fuga expectante
sempre em migração
- Preciso de certezas agitando
a enciclopédia dos meus poemas
Buscar, buscar cada eco reverberando
em sintonia com a madrugada
que este silêncio fecunda
num pacto manuscrito na imortalidade
quântica da vida se desvendando
no templo da minha serenidade
- O que eu preciso é reconhecer
na troca de olhares a medida exacta
onde multiplico todos os teoremas
do amor se diluindo derradeiro
e de forma intacta
Preciso crer em Deus
solidificar minha fé numa oração
compacta cerzida na alma se ajoelhando
perante este testamento em reconciliação
- O que eu preciso é remover o véu casto
onde comungo toda esta afeição
descrita numa Epístola de aventuras
caminhando na rota do tempo
onde imploro um gesto Divino
proliferando em actos nobres de veneração
jamais soçobrando…e em cada silêncio
pacientemente velo e descortino
- O que eu preciso arrasto nestes versos
num lamento tão clandestino
Pernoito no pavilhão de uma crença quase heróica
deixando nos instintos fatais um naipe de
esperanças miraculosamente categóricas
indagando cada palavra que disperso
na intimidade das minhas orações
desesperadamente eufóricas
- O que eu preciso
está eternizado no momento
onde cabem todos os contentamentos
desenhados numa rima alegórica
abraçada ao design de um sorriso
…obra de Deus
na qual eu sei pra sempre existo
Frederico de Castro
Comentários
Quando quero me sentir bem, procuro alguma reflexão e querendo me sentir melhor acesso sua página. Quero dizer o amigo poeta que sou igual a você não uso chaves nas minhas portas não precisa bater pra entrar.
Valeu Sam
Bem haja
FC
O que dizer diante de uma obra poética tão belíssima!!!
Não é fácil entender cada instante de solidão, pois ela pode ser um estado de estar só mas em paz ou um estado de estar só e em depressão. Belo e reflexivo.
Aplausos, Frederico belo poema! Abraço