Quando o verdadeiro amor me chamou, eu segui-o,
embora os seus caminhos fossem duros e escarpados,
nas suas asas me envolvi, e entreguei, ainda que,
a sua espada escondida entre as penas, me pudessem ferir.
......
Acreditei sempre nele, embora a sua voz tivesse desmantelado
por vezes os meus sonhos, tal como um vento norte, devasta um jardim.
Da mesma maneira que me coroou, ele crucificou-me e fez-me crescer,
estando sempre presente para me podar.
.....
Ele se elevou à minha altura, e acariciou os meus tenros ramos, que
estremeceram ao sol.
Também desceu às minhas raízes para sacudi-las, e prende-las à terra.
Como feixes de trigo, ele apertou-me, e malhou-me até ficar despida.
.....
Passou-me pela joeira, para me libertar das cascas, moeu-me até eu ficar branca,
e amassou-me até me conseguir dobrar. Depois, partilhou comigo o seu fogo,
e tornou-me no tão sagrado pão, banquete de Deus.
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Cristina Maria Ivens.-10/11/2016
Comentários
Lindo poema cara poeta Cristina Maria
Envolvente e teve um final inesperado. Parabéns
Abraços de Veraiz, poetisa feliz
LIndo e encantador seu poema...Parabéns poetisa
Beijos, amiga.
Parabéns, poetisa, fico sem palavras... É muito lindo!!! Abraços, paz e Luz!!!