Já a noite se estende qual um oceano escuro
A água da chuva chapinha em nosso telhado
Na rústica casa onde a rodeia singular muro
Que a hera escala de modo tão desengonçado
Sorvemos vinho em taças de cristal retinente
O palor de nossas faces se reveste de rubro
Ao nosso respirar sucede um arfar dormente
De beijos ardentes e calorosos teu corpo cubro
Estabelecemos atritos sensuais em nossa pele
A dolência nos imprime excitação e este opiário
Nos deifica com amor e mais e mais nos anele
Envoltos em um firme abraço de lascivo cenário
Em teus seios ancoro as minhas mãos veleiras
Desemboco rios de carícias em teu ventre macio
Exploro com afinco e vorazmente eiras e beiras
Da tua gruta felina a gotejar o néctar do teu cio...
Rui Paiva
Comentários
Vinho, sensualidade e lirismo, mistura perfeita para uma extraordinária poesia. Espetacular! Bjs
Poema deslumbrante, teu lirismo nos encanta e em teus versos sente-se uma sensualidade maravilhosa,Rui. Parabéns!
Destacado!
Nossa Rui!!...o vinho lhe subiu à cabeça mesmo!!...muito bom amigo, é sempre um prazer visitá-lo, me resta fazer-lhe uma vénia, e dar-lhe os parabéns, beijinho amigo.
Que bela descrição... Pude ver claramente os detalhes desse momento de amor. Lindo mesmo Rui. Parabéns!
Ps: O Vinho, ah o vinho, sempre presente em todas as celebrações...Um brinde ao amor!
Penso que viver um amor, é viver momentos inesquecíveis( e com certeza é), e pensar que toda sede de vida, foi saciada nele....Intenso demais, o desenrolar do começo ao fim dessa linda inspiração...Parabéns poeta.... Amei, como amo tudo o que escreve...
Grande menestrel Rui Paiva é isso! Sem interrupção nem emenda, seu texto vai criando imagens na mente do leitor. Não tem como não abranger o inconfundível nas veemências de seus vocábulos!