Pão Mofado

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A Sam Moreno

Subitamente alguém bate à porta...

Abro-a vagarosamente

Eis que em minha frente: um pedinte

Estende-me a mão com o olhar!

Não tinha feito as compras ainda,

Não me restara nem uma côdea de pão

Do dia anterior

Aquele homem inspirou-me piedade

Nada, nada tinha para saciá-lo...

Em um gesto incontido

Ofertei-lhe um papel com um poema

Que eu acabara de rabiscar

- Os poetas pensam que todos são igualmente tolos –

Ele rosnou algumas palavras inaudíveis

Retrocedeu alguns passos

Rasgou em pedaços bem miúdos os meus versos

E desapareceu entediado na esquina próxima

Levou consigo um grande queixume

Ao chão, espalhados, meu coração em pedaços

Quais nacos de pão mofado...

Rui Paiva

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Comentários

  • Esplêndido poema, Rui! Sam ficará emocionado assim como eu estou. Aplausos! bjs

  • Li hoje teus poemas mas na hora de enviar o o comentário o maldito erro da NING.

    Rui, estou encantada com as homenagens que vens dedicando aos poetas da Casa, um convite a ser seguido por outros para o estreitamento verdadeiro dos laços de amizade.

    Parabéns pelo lindo poema e parabéns ao Sam pela homenagem.

    Destacado.

  • 3637440?profile=originalNossa, querido Rui, qué maravilha, santa mãe...

     Muito merecido o grande homenagem a nosso querido Sam.

     Ele merece.

     Parabéns aos dois.

     Miles de beijos.

  • Ter uma composição que conduz quem lê por múltiplos ambientes é algo nobre. Qual é o chá que você saboreia, qual é a raiz energética que você come para tantas inspirações hein? Deixo aqui os meus sinceros agradecimentos pelo poema dedicado ao  S/M!

    3637422?profile=original

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