Somos pedras fragmentadas,
nuas
nesta rua petrificada
ruíndo penosos ladeira abaixo
ofuscados pelo brilho imenso e granítico
que se gera na dureza do tempo
infatigável e faminto
Deixa que as metamorfoses
coem e sedimentem a felicidade
se diluindo na lava que se derrama
pelas encostas da nossa
imensa cumplicidade
talhada no cinzel enamorado
onde pavimentamos os amores
alcatroados em voracidade
Na pedreira dos silêncios
quebram-se os ecos dos
meus pensamentos
mais criativos
deixados na avalanche de erupções
onde se consolida a melancolia
de um quatzo tão puro e cristalino
que se ergue brilhando
na ardósia das palavras vulgares
reescritas no xisto meteórico
onde soterramos a escultura
deste poema desvairado... eufórico !
Frederico de Castro
Comentários
Nunca temos as palavras precisas para descrever a melancolía e a dureça da vida...
Belo e bom demais de novo.