PELA FALA DA BALA

Sou bala perdida, sem alvo e sem direção
No peito a ferida ainda sente o impacto
Da dor desferida que escoa pelas mãos
Como peças retorcidas de um artefato

Carrego na espoleta minhas balas de festim
Pra não pegar de raspão o rechaçar das palavras
No espocar da escopeta o grito ecoa em mim
Tenho na língua o gatilho de todas as armas

Quem cala consente e quem consente cala
O alvo perfeito...de mim, de quem se assemelha?
Se a mente mente somente e pela língua resvala
E pelo espelho se espelha e pelo espelho se espalha

Pela bala da fala, que ecoa, pela fala da bala...

Petronio

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Comentários

  • 3634310?profile=original

  • Quando terminei de ler, fiquei pensando em nas pessoas são atingidas por um tiro vindo de conflitos entre bandidos. Terrível realidade.

    Parabéns pela composição.

  • Mais uma belíssima obra que me deixa sem palavras tamanha beleza!! Parabéns!! DESTACADO!!
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CPP