Sou bala perdida, sem alvo e sem direção
No peito a ferida ainda sente o impacto
Da dor desferida que escoa pelas mãos
Como peças retorcidas de um artefato
Carrego na espoleta minhas balas de festim
Pra não pegar de raspão o rechaçar das palavras
No espocar da escopeta o grito ecoa em mim
Tenho na língua o gatilho de todas as armas
Quem cala consente e quem consente cala
O alvo perfeito...de mim, de quem se assemelha?
Se a mente mente somente e pela língua resvala
E pelo espelho se espelha e pelo espelho se espalha
Pela bala da fala, que ecoa, pela fala da bala...
Petronio
Comentários
Quando terminei de ler, fiquei pensando em nas pessoas são atingidas por um tiro vindo de conflitos entre bandidos. Terrível realidade.
Parabéns pela composição.