Quinze anos de rega, de poda, o nosso amor ainda sobrevive.
Foi difícil acertar nos sulfatos, nos pesticidas, matar as formigas,
os gafanhotos, não deixar criar borbotos, manter o substrato,
tornar intacto, o nosso amor.
Muitas ervas daninhas eram nossas vizinhas, cortamos relações,
comiam-nos os pulmões, o estrume que era difícil de cheirar,
tivemos que nos acostumar, conservar as raízes, fazê-las felizes.
O pior foram as tempestades que nos faziam maldades e nos afundavam
em palavrões, fulminava-nos com trovões que nos deixavam tão feridos
sem nos falarmos oito dias seguidos.
Mas o nosso amor era tão grande que as raízes choravam e nos alertavam
que estavam apodrecer.
Assim que a tempestade passava e o sol raiava, punha-mos o amor a secar,
embrulhava-mo-nos num cobertor, fazia-mos amor.
Quinze anos depois aprendemos a controlar tempestades, com para-raios,
para-ventos, continuamos sedentos.
Cristina Ivens Duarte
Comentários
E que assim continuem
sedentos de amor pela eternidade
Bravo
FC
Grata, FC, ABRAÇO.
Texto recheado de belas imagens e de puros sentimentos. Parabéns poetisa Cristina!
Grata Sam Moreno, abaraço.
O amor supera tudo. E o teu poema é lindo! Bjs
Grata, Marsoalex, beijinho.
Parabéns pelo belissima prosa, imágens, metáforas...
Para falar de como nasce, cresce e se construi o amor..
Parabéns pelos quince anos de conquista.
Beijos grandes
Muito obrigada Nieves Maria, beijinho grande.
Estou muito grata pelo seu comentário, as suas obras tb são majestosas, abraço.